Aprender a pensar é essencial; aprender a desaprender para aprender coisas novas... é imprescindível. Em reconstrução permanente!
sábado, 18 de agosto de 2018
Conflito: o cimento da alma
Conflito; essa palavra traz inúmeros significados em diversas áreas. Pode ser sinônima de palavras como problemas, brigas, desordens, dificuldades, caos, bagunças e etc. A visão negativa sobre os conflitos é comum no imaginário pessoal e coletivo de cada uma das pessoas. Mas será que os conflitos somentre geram destruição e coisas ruins? Na verdade o conflito também é positivo, sendo um cimento da personalidade humana. São nos conflitos, discussões e problemas que as nossas perguntas começam a reformular novas respostas e novos modos de ver a vida e a si mesmo. Isto dói e gera desconforto, raiva, tristeza, angústias, mágoas e todo tipo de situações que ocorrem quando saimos da zona de conforto. Os conflitos/problemas são naturais na vida cotidiana de qualquer indivíduo e servem para trazer maturidade e experiência, caso a pessoa aceite passar por ele e resolvê-lo. O conflito quebra as estruturas da alma e desmancha a atual visão sobre a vida e suas áreas, gerando novas construções e estruturas. Para ser mais concreto, invoco um exemplo: uma das fases que gera grande desconforto e crises de identidade é a fase de escolher uma formação profissional. Sair da escola formado e pensar acerca de que faculdade, curso técnico ou trabalho se quer exercer... exige-nos o hábito de sairmos da zona de conforto. Começar a trabalhar em uma área não desejada enquanto não se conquista uma formação, ou trilhar um caminho desconhecido de aprender a fazer um currículo e frequentar entrevistas, criar uma rotina de estudos, lazer, trabalho; lidar com o imprevisto e a falta de experiência... é algo muito cansativo e desconfortável. Mas são conflitos necessários e que trazem maturidade, autonomia, independência, novas amizades e interdependência social, renda própria e novas formas de se ver a vida, bem como novas responsabilidades advindas desta autonomia e independência. Desta forma... viver significa, por um lado, uma eterna resolução de conflitos enquanto se respira e até o coração terminar de bombear sangue.
#Prosador
sexta-feira, 10 de agosto de 2018
Camus e a Absurdidade Existencial
"O Mito de Sísifo" de Albert Camus aborda a questão primordial da filosofia: vale a pena viver? Qual o sentido da vida? Esta pergunta já se passou pela cabeça de todo ser humano lúcido, mesmo que instintiva e inconscientemente. Muitos vivem, outros... apenas existem! Digo mais: todos já tiveram seus dias de se viver e de existir apenas.
#Prosador
quarta-feira, 8 de agosto de 2018
O Exemplo Sartreano.
" Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você."
---Jean Paul Sartre
Na vida temos muitas experiências; umas gratificantes e alegres, outras... tristes e traumáticas. Por tendência natural dos seres humanos, as negativas na maioria da vezes, nos marcam profundamente. A Psicanálise de Freud é especialista em analisar o passado da alma humana e diagnosticar os traumas e marcas deste mesmo passado e que repercutem no nosso presente. Mas Sartre, inconformado com o mau uso que alguns estavam fazendo da Psicanálise... disse aquela magnífica frase acima. Ele acreditava que transcendemos o que os outros fazem conosco e podemos escolher não deixar as atitudes alheias nos afetarem a longo prazo. Não somos simplesmente produto de nossos traumas ou do que fizeram de ruim conosco. Não devemos dizer: "Eu sou assim, porque fulano fez isto comigo." Não; podemos escolher caminhar e procurar ajuda, e fazermos novos caminhos. Carl GustavJung, que foi discípulo de Freud, depois de divergir e se separar do Pai da Psicanálise... dizia que não somos somente definidos pelo nosso passado ou infância, mas pelo nosso futuro. "Como assim?", você pode perguntar. Simples: nossas esperanças de sermos algo ou realizamos sonhos futuros, nos ajudam a nos movermos na vida e não desanimarmos e nem sucumbirmos diante da negatividade do nosso presente ou passado. O futuro e os anseios por ele nos ajudam a sair do fatalismo do passado. Podemos sim, até certo ponto, sermos autores da nossa própria história. O que você tem feito com o que fizeram com você? Conspire contra a vida e dê a ela um sentido; não dê o poder a terceiros de definirem seu futuro ou seu presente. Lute contra a sua autocomiseração e, também, contra o desprezo e/ou insulto alheio; por amor a si próprio.
#Prosador.
Imagem em:
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Acesso: Agosto, 2018.
terça-feira, 7 de agosto de 2018
Qual o sentido da vida?
O que fazer quando o conto de fadas da infância acaba, bem como toda ingenuidade dela? O que fazer quando crescemos e descobrimos que a magia sumiu e o mundo é baseado em relações funcionais? Se sou algo pelo que tenho... já não sou nada; mas a circunstância, meus bens e o dinheiro na minha conta bancária que são algo por mim. Se sou definido pela minha profissão exclusivamente, sou negado como ser humano e tratado pela minha função econômica e meu status social. Ser ou não ser... eis a questão. O mundo se apequenou dentro da sociedade industrial capitalista; o que está no meu bolso me define ao olhar dos que crescem dentro dele. A matrix é a mais real metáfora para essa sociedade em que vivo e tomar a pílula da realidade significa sair das ilusões mais básicas desse sistema. Mas dói tomar a tal pílula e sentir seus efeitos... mais do que isso: dói nos que resistem e se negam a sair dessa ilusão. Estes se incomodam com quem quer sair dessa fantasia nada infantil. O que fazer? Matar-se ou viver pelas agruras da atual sociedade? Dar sentido ao que não tem e conspirar contra a existência? Somos todos máquinas de fazer sentido... tentamos ao máximo camuflar a falta de sentido da existência e distrair a consciência e nos esconder do fato que reverbera sobre toda nossa vida. Qual o sentido da vida? Nenhum; nada faz sentido a longo prazo. Um dia tudo se acaba para nossa felicidade de não mais ter que existir sobre esse fardo que atormenta os seres viventes.
#Prosador
Relacionamentos não têm seguros
Quando compramos um carro, um celular ou outros bens duráveis, eles costumam ter seguro ou garantias. Existem muitos tipos de seguros como por exemplo: patrimoniais, rurais, financeiros, de vida, habitacionais, marítimos e etc. Mas qual a função de um seguro? Seria, de forma mais reducionista possível, segurar aquele que usou seu serviço. Dar um suporte mediante a perda daquele bem que o cliente segurado confiou ao serviço de seguro, mediante um contrato antecipado. Desta forma, se meu carro for roubado... a seguradoura irá arcar com o prejuízo, parcial ou total, deste roubo; mas somente se as condições foram pré-estabelecidas, num contrato justo e de boa fé, antes do roubo. O segura representa um princípio básico no mundo em que vivemos: ele é imperfeito e sempre corremos riscos e nunca temos total controle sobre o que vivemos nele. O controle é ilusório e passageiro; embora hajam seguros em diversas categorias, não existem seguros quando se trata de relacionamentos, muito menos garantias. Sejam em amizades, namoros, casamentos, ou relações familiares e com qualquer outro ser humano e animal. Podemos nos frustrar, sermos traídos por quem amamos... tanto quanto podemos ser amados e aceitos por elas. E podemos escolher duas coisas: ou nos afastamos dessas pessoas e vivemos sozinhos e com medo dos riscos se repetirem... ou assumimos o risco e a dor incerta do sofrimento, tanto quanto das alegrias e realizações nos relacionamentos com elas. Ambas as decisões acarretam em alguma consequência. Viver mais fechado pode amenizar riscos, mas pode nos isolar e nos privar de alegrias que poderíamos ter na coletividade, como a maturidade, afetos, o lazer e tantas coisas mais. Mas viver na coletividade exige a renúncia de abrir mão (temporariamente) de alguns atributos individuais que podem ferir o coletivo, e existem riscos de situações desagradáveis e perdas. No meu ver hoje... a vida na coletividade é essencial, mesmo com riscos, pois somos seres sociais e precisamos do outro para muitas coisas. A intensidade de interação na coletividade pode mudar de pessoa para pessoa e as experiências anteriores desempenham grande influência nisto. Seja como for... temos que entrar nos relacionamentos (de qualquer natureza) cientes dos riscos e das qualidades que podem nos agregar. Para que quando ocorrerem as frustrações (e serão muitas), saibamos sofrer devidamente, mas depois recomeçarmos sem perder as esperanças nas pessoas e nos relacionamentos que ferem, mas curam; sufocam, mas rejuvenescem. Trazem raiva, mágoas e dor, mas alegria, gratidão e alívio. Apenas não desista de se relacionar por causa das más experiências do passado; saiba que correr riscos é vital debaixo desta ordem imperfeita e o sofrimento é para todos, bem como o amor e a felicidade.
#Prosador
Imagem em:
<https://www.apusm.com.br/2017/04/informe-rede-centralsul-seguros-a-importancia-de-um-seguro-residencial/>
Acesso: agosto, 2018
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