terça-feira, 7 de agosto de 2018

Relacionamentos não têm seguros




   Quando compramos um carro, um celular ou outros bens duráveis, eles costumam ter seguro ou garantias. Existem muitos tipos de seguros como por exemplo: patrimoniais, rurais, financeiros, de vida, habitacionais, marítimos e etc. Mas qual a função de um seguro? Seria, de forma mais reducionista possível, segurar aquele que usou seu serviço. Dar um suporte mediante a perda daquele bem que o cliente segurado confiou ao serviço de seguro, mediante um contrato antecipado. Desta forma, se meu carro for roubado... a seguradoura irá arcar com o prejuízo, parcial ou total, deste roubo; mas somente se as condições foram pré-estabelecidas, num contrato justo e de boa fé, antes do roubo. O segura representa um princípio básico no mundo em que vivemos: ele é imperfeito e sempre corremos riscos e nunca temos total controle sobre o que vivemos nele. O controle é ilusório e passageiro; embora hajam seguros em diversas categorias, não existem seguros quando se trata de relacionamentos, muito menos garantias. Sejam em amizades, namoros, casamentos, ou relações familiares e com qualquer outro ser humano e animal.  Podemos nos frustrar, sermos traídos por quem amamos... tanto quanto podemos ser amados e aceitos por elas. E podemos escolher duas coisas: ou nos afastamos dessas pessoas e vivemos sozinhos e com medo dos riscos se repetirem... ou assumimos o risco e a dor incerta do sofrimento, tanto quanto das alegrias e realizações nos relacionamentos com elas. Ambas as decisões acarretam em alguma consequência. Viver mais fechado pode amenizar riscos, mas pode nos isolar e nos privar de alegrias que poderíamos ter na coletividade, como a maturidade, afetos, o lazer e tantas coisas mais. Mas viver na coletividade exige a renúncia de abrir mão (temporariamente) de alguns atributos individuais que podem ferir o coletivo, e existem riscos de situações desagradáveis e perdas. No meu ver hoje... a vida na coletividade é essencial, mesmo com riscos, pois somos seres sociais e precisamos do outro para muitas coisas. A intensidade de interação na coletividade pode mudar de pessoa para pessoa e as experiências anteriores desempenham grande influência nisto. Seja como for... temos que entrar nos relacionamentos (de qualquer natureza) cientes dos riscos e das qualidades que podem nos agregar. Para que quando ocorrerem as frustrações (e serão muitas), saibamos sofrer devidamente, mas depois recomeçarmos sem perder as esperanças nas pessoas e nos relacionamentos que ferem, mas curam; sufocam, mas rejuvenescem. Trazem raiva, mágoas e dor, mas alegria, gratidão e alívio.  Apenas não desista de se relacionar por causa das más experiências do passado; saiba que correr riscos é vital debaixo desta ordem imperfeita e o sofrimento é para todos, bem como o amor e a felicidade.
#Prosador

Imagem em:
<https://www.apusm.com.br/2017/04/informe-rede-centralsul-seguros-a-importancia-de-um-seguro-residencial/>
Acesso: agosto, 2018


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