Aprender a pensar é essencial; aprender a desaprender para aprender coisas novas... é imprescindível. Em reconstrução permanente!
domingo, 25 de novembro de 2018
A burrice inteligente e a inteligente burrice
Quando pisamos neste mundo não sabemos de nada literalmente. E temos que aprender tudo. Desde os primeiros passos e sílabas, até as questões mais complexas, como por exemplo: como sobreviver neste mundo cheio de injustiças e fatalidades do destino. Porém, nesta odisséia, ou seja, nesta longa aventura de aprendermos a viver... por meio de experiências, viagens, faculdades, estudos, e tudo o que nos leva a uma melhor compreensão da realidade. Neste processo, existe o que defino serem dois perfis de pessoas: as que cultivam a famosa burrice inteligente e as que cultivam a inteligente burrice. Afinal, o que são estes dois perfis? A burrice inteligente é o que chamo de perfis de pessoas que acham que sabem muito da realidade. Por isso cultivam uma burrice que se supõe inteligente. Afinal, se elas descobrem e questionam pouco sobre a realidade da existência, o mundo será muito elementar e simples para estas.
Porém, o outro perfil oposto a este, ou seja, os da inteligente burrice, são aqueles que reconhecem sua burrice acerca da existência e que sabem muito pouco acerca dela. Estes fenômenos ocorrem como paradoxos; quanto mais um inteligente burro estuda, mais ele reconhece o quanto a vida é complexa demais para ele fazer afirmações decisivas e absolutas. E quanto menos uma pessoa estuda, mais ela se torna "inteligente" aos seus olhos, por achar que a vida é simples e que ela sabe muito ou rasoavelmente sobre a vida.
sexta-feira, 16 de novembro de 2018
Vivendo Apesar do Absurdo
Quando o ser humano caminha com os pés no macabro chão da existência, sem calçados e óculos escuros para camuflar o sol abrasador da realidade humana, este homem se depara com o Absurdo!
Peregrinar sem rumo definido debaixo do cinzento sol infernoso da existência, nos dias de verão, demanda energias e exige constantes esforços de constatar o Absurdo. Pessoas morrem, filhos são abortados antes de abrirem os olhos dentro do útero de suas mães; assaltos acontecem; guerras banham o mundo de sangue; todos são esquecidos depois de algum dia; a vida se acaba, quer repentina ou gradualmente; conhecer a verdade nua e crua e não poder fazer nada para mudá-la... enlouquece os mais esperançosos.
Por isso poucos são os que vão até o fim para se deixarem serem penetrados pela absurdidade da contradição de existirem neste mundo. Ah... já dizia um vulto em um livro histórico polêmico, quer para o bem e para o mal: "Eu, o mestre, fui rei de Israel em Jerusalém. Dediquei-me a investigar e a usar a sabedoria para explorar tudo que é feito debaixo do céu. Que fardo pesado Deus pôs sobre os homens!"
Fardo pesado (uma proposital redundância, assim como descer para baixo) é o que define bem o que passa o ser humano. Boquiaberto ao contemplar a carrasca existência, absorto no inexplicável, no impronunciável... ele só sente! O Real toma conta do verme que vive debaixo do céu; ele não tem condições de reunir forças para expressar o que sente no campo simbólico das palavras, e possui dificuldades de montar um quadro no seu imaginário humano (mente); Lacan que o diga, pois terminologizou estes conceitos e os definiu. Quanto mais se aceita e explora a existência, mais falta de sentido se tem em viver.
" 'Que grande inutilidade!', diz o mestre. Que grande inutilidade! Nada faz sentido'". Por isso somos, nossa geração pós revolução industrial, pós revolução científica, e vivente da globalização e de informações disponíveis numa enorme rede epistêmica chamada Google; somos a geração que mais contempla o absurdo de forma teórica e mais uma que contempla de forma prática.
Acumulamos os absurdos passados através da bagagem existencial que todos os ancestrais sapiens e homos nos transmitiram (seja pelo inconsciente coletivo ou pelas heranças culturais, etc) e por isso explodimos nossos neurônios com uma pistola, pulamos de prédios e cortamos nossos pulsos de forma frenética.
A realidade vociferou alto em nossa cara e nos tratou com escárnio. A depressão nos consumiu e o tédio existencial corroborou, juntamente com a falta de sentido, que nos sussurra todos os dias sobre como a Realidade é. Desejo a pacificação pela ignorância aos que querem pisar neste solo da existência e não estarrecerem-se abismados com o cenário que o sapiens encarou desde o seu jardim de infância.
Desejo que a maioria não entenda o que escrevi; benditos são estes! Santa ignorância! Ah... ela me rejeitou, e virei o verme consciente que sou do meu estado; um sopro, apenas, e sou levado no cósmico estalar de dedos.
#Prosador
#Prosador
quinta-feira, 15 de novembro de 2018
Choque de Realidade(s)
Sinta essa dor sinistra, incômodo constante; perguntas que não possuem absolutização.
Contemple todo este mundo,
A realidade viva, sem resposta e repleta de aflição!
A realidade viva, sem resposta e repleta de aflição!
Respostas, trazem mais perguntas,
as dúvidas suscitam angústias e você descobre que não existe uma salvação.
as dúvidas suscitam angústias e você descobre que não existe uma salvação.
A Realidade, sendo A Verdade,
Torna-se impossível de se digerir
Os homens, criaram a cultura, grande
suavizadora e redentora... trazendo alguma salvação!
Torna-se impossível de se digerir
Os homens, criaram a cultura, grande
suavizadora e redentora... trazendo alguma salvação!
A esperança foi fabricada, gerada da genialidade humana de se fazer abstração.
Quer a verdade? A realidade é fria; cruel, esmagadora e serial killer de esperanças. Já dizia Ernest Becker:
"O mundo real é simplesmente terrível de se admitir. Ele diz ao homem que ele é um pequeno animal trêmulo que um dia decairá e morrerá."
Mas então, reconhece o poder do mito, da invenção da realidade e da esperança: "A cultura muda tudo isso; ela faz o homem parecer importante; vital para o universo, imortal em alguns aspectos."
#Prosador
#Prosador
Religião: Ópio do Povo
O ópio do povo; quem não sua sofreu seu estigma e seu flagelo? Sua degradação e perdição eterna? A religião também destrói lares, arruina famílias e radicaliza pessoas, estuprando consciências. Umas mais, outras menos; muitos perderam sua fé por causa da religião. Paradoxal? Não! Religião nunca foi a fonte da fé, mas a deturpação dela. Muitos se declararam ateus por desacreditarem em um deus distorcido e anunciado por ela, sem saberem que não era Deus. Outros se atormentaram em suas almas e ainda se atormentam por verem Deus como o tirano que jogará mais da metade da humanidade em uma concepção de inferno e que poupará somente os virtuosos que aceitaram o verdadeiro deus e que viveram segundo as regras mágicas de seu livro. Abobalharam-se e condicionaram a consciência em um único livro; mas pegaram as partes piores deste livro, usando-as para justificar o ódio, a "justiça" e para validarem suas arrogâncias. O que posso dizer destes? São vítimas da religião tanto quantos os que são de outras fontes de destruição multifacetada da humanidade. As vítimas também são agressoras, com consciência ou não; pior quando possuem consciência. São verdadeiros filhos do inferno aqueles que pregam com prazer o conceito do inferno cristão; eterno (duração infinita), seletivo, torturador, um lago de fogo que faz churrasquinhos anímicos, etc. Que terror! Que base e direito tenho para falar isto? Todos! Fui inserido neste meio quando estava na barriga de minha mãe e sai dele com 19 (ideologicamente) e com 20 físicamente. Peço ao próprio Jesus, a que estes pregam, a misericórdia para com todos nós; mas especialmente para com eles... infernosos que se endiabraram com o ópio do povo e que precisam de uma reabilitação existencial contra esta droga pseudo espiritual. Prego contra todos de uma instituição? Jamais. Mas falo contra todos que são vítimas dela, estes são muitos, em maior ou menor grau.
#Prosador
domingo, 4 de novembro de 2018
Nada Sei de Emunah
Não sei de nada; eu nunca soube de nada! Eu não sei de nada a não ser o fato de que não saberei de nada que seja ligado à Verdade. Pera... também não sei sobre isso; que significa que um dia poderei saber que nada sei. Mas... será mesmo? Ah, não sei!
Sempre fiz aprendizes em confusão; especialistas da dúvida e odiantes da razão absoluta. Sempre preguei contra a Emunah: de boca e de atitudes. De forma bem natural, afinal não a conheço e nem a reconheço.
Sempre sou aluno de todos os professores; mesmo os que são antíteses entre si mesmos. Todos me ensinam algo, enquanto lhes ensino a ensinarem-me, pois sempre aprenderei que de nada sei e saberei.
Mas muitos me olham e dizem que sei muitas coisas; que sou inteligente. Então eu gargalho! Os que me dizem isto são meus professores também. E me questionam com bufadas irritadas do por quê eu dei gargalhadas. Então respondo:
"Cada vez que eu sei... mais eu não sei. Cada vez que tenho respostas, triplicam-se perguntas que geram filhas que se multiplicam por cem e desdobram-se em setenta ao quadrado...
Entro e saio de muitas portas do edifício epistêmico da chamada ciência, e por isso sempre me perco nas rotas, dizendo que nada sei. Só sei que nada soube e que nada sei, pois conversei com Sócrates em um vai e vém destas portas de algum corredor do segundo andar... do Edifício Epistêmico, da rua da Escuridão."
Entro e saio de muitas portas do edifício epistêmico da chamada ciência, e por isso sempre me perco nas rotas, dizendo que nada sei. Só sei que nada soube e que nada sei, pois conversei com Sócrates em um vai e vém destas portas de algum corredor do segundo andar... do Edifício Epistêmico, da rua da Escuridão."
Então elas se convertem à minha religião: Da Oposição à Verdade (Emunah) Absoluta; e entram na denominação da Eterna Arte da Dúvida. E agradecem: "Maldito; me apresentou o não caminho das pedras!" E eu, sorrindo sarcásticamente, digo: "De nada".
#Prosador
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