No meu último post falei sobre a origem do machismo segundo a Bíblia e seu desenrolar na cultura judaica. Neste post, falarei sobre as condições da cultura judaica nos dias de Jesus e a discrepância com que Jesus tratava as mulheres dos demais homens. Nos dias de Jesus, o machismo continuava o mesmo, porém, como Israel estava sob domínio do Império Romano e sendo espoliado por este, a poligamia não era tão frequente como antes, já que era necessário um homem ter mais condições para ser casado com mais de uma mulher. Segundo a cultura judaica, uma mulher era, na prática, propriedade dos homens em via de regra. Ela servia ao pai e era sua propriedade quando era solteira, ou servia seu marido e era sua propriedade. Vou expor alguns textos para mostrar a mentalidade da época. E a diferença sobre como Jesus tratava e enxergava as mulheres de seu tempo. Uma passagem clássica da mulher flagrada em adultério (João 8:3 ao 11) mostra isto. Ela foi levada pelos fariseus até Jesus, porém, o homem que adulterou com ela não foi levado também para ser apedrejado, como diz a lei dos judeus em Levítico 20:10. Quem pode adulterar sozinho? Ninguém! Mas eles foram parciais, pois queriam apedrejar uma mulher, mas poupar o homem. Outro caso que demonstra o desprezo que a cultura tinha pelas mulheres, era o fato de não contarem elas em contagens, mas somente homens: "Os que comeram foram cerca de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças." (Mateus 14:21 Nvi). Em Marcos a observação também exclui o número de mulheres. Este versículo se refere à multiplicação de pães e o número de pessoas alimentadas. Agora, porém, vou mostrar como Jesus tratava as mulheres de seu tempo e como era escândalo para aquela sociedade. Em João 4, há o relato de Jesus conversando sozinho com uma mulher samaritana, na hora mais quente do dia. Ela era uma mulher que tinha uma péssima reputação por lá. O fato dela ir buscar água naquela hora mostra isto, ninguém buscava água naquele horário. Ela teve cinco maridos e o sexto que estava com ela, era um amante (4:18). Jesus conversa com ela, coisa que judeus não faziam por considerarem samaritanos como imundos. Que dirá então uma mulher samaritana, que era um duplo escândalo para os judeus daquela época. Mas Jesus não se importou com nada disso, mas se revela abertamente para ela como Messias (4:26). Coisa que não tinha feito abertamente para nenhum homem ou pessoa. Os seus discípulos se escandalizaram ao vê-lo conversando com ela (4:27). Outro caso em que Jesus tratou outra mulher com imparcialidade foi no caso, já citado, da mulher adúltera em João 8. Ao acusarem a mulher de adultério, Jesus age de forma contrária (superior) à lei que mandava apedrejar o CASAL flagrado em adultério. Então Jesus desafia eles a atirarem a primeira pedra quem não tivesse nenhum pecado. E depois de todos irem embora, Ele diz: “Mulher, onde estão eles? Ninguém a condenou? 'Ninguém, Senhor', disse ela. Declarou Jesus: Eu também não a condeno. Agora vá e abandone sua vida de pecado” (João 8:10 e 11 Nvi). Também depois de ressuscitar, as primeiras pessoas a quem Jesus aparece e manda darem o recado de sua ressurreição, é para duas mulheres: Maria Madalena e Maria (Mt 28: 1 ao 10). Desta forma, vemos que Jesus não enxergava superioridade nenhuma do homem sobre a mulher. Além disso, o próprio Paulo disse quem em Cristo, não há distinção de homem e nem mulher: "Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus." (Gálatas, 3:28 -Nvi). Encerro dizendo que Jesus cumpriu seu papel de segundo Adão. Pois ele além de mostrar que a mulher deveria ser restaurada em seu papel na sociedade, de andar lado a lado do homem e não abaixo dele, Ele restaurou o relacionamento do homem com Deus e do homem com seu semelhante. Isto é, para aqueles que se consideram seus seguidores.
#Prosador
Imagem em:
<http://miriangalli.blogspot.com.br/2017/07/estudos-para-celula-de-criancas-jesus-e_9.html?m=1>
Acesso: Jan, 2018.
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