Aprender a pensar é essencial; aprender a desaprender para aprender coisas novas... é imprescindível. Em reconstrução permanente!
quarta-feira, 29 de novembro de 2017
Afinal, palavrão é pecado?
Antes de começar a falar, quero deixar explícito que este tema não tem muita relevância perto da centralidade do Evangelho e de seguir Jesus. Não estou escrevendo para debater ou gerar discussões, mas reflexões. Então, independente da sua opinião, caro leitor, se concordar ou discordar... relaxa! Mas escreverei sobre este tema para os curiosos de plantão e interessados em detalhes para além do trivial. Bem... o que é palavrão? Sociológicamente, é considerado como o uso de palavras de conotação sexual, usadas para expressões de raiva, alegria, tristeza, alívio... bem como insultos. Usei o termo "sociológicamente" para trazer a minha definição mediante a observação empírica do cotidiano brasileiro. Outro detalhe é que há, no decorrer da história, uma mudança no senso comum entre palavras que não eram consideradas "palavrão" e que hoje são, e palavras que eram consideradas e hoje não são. Então se fosse pecado, ele seria imputado por Deus dependendo da época e região? Em lugares da África um simples "poxa" já pode "escandalizar". A Superinteressante possui um artigo sobre isto e que deixarei o link no fim deste texto. "Ta bom", diz você de forma impaciente e me pergunta: "Mas o que a Bíblia diz?". Então vamos lá: "Nenhuma palavra torpe saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem"
(Efésios 4:29- Nvi). O que seria "palavra torpe"? E qual a intenção e o contexto em que Paulo de Tarso escreveu esta carta? São perguntas fundamentais para entender um texto. No contexto de Efésios, no capítulo quarto, Paulo está dando instruções gerais acerca de como viver de maneira digna no Evangelho (4:1). A carta de Efésio foi uma carta de instruções gerais da fé, e que circulava, juntamente com outras, entre as igrejas da Ásia Menor (ver Colossenses 4:16). No contexto do capítulo 4, Paulo faz uma combinação entre atitudes que devem ser evitadas, substituindo-as pelas que devem ser praticadas (4:25 ao 28). E fala sobre a palavra: torpe (Sarprós, do grego) que possui a conotação de uma fruta estragada, ou seja, algo que não tem condições de uso. E em seguida instrui a falarem aquilo que traz edificação para os que ouvem. O grande problema é que dizer que palavrões como "porra, caralho, puta que pariu e cú" são pecado, está no anacronismo. Essas palavras não era ditas naquela época e Paulo não se referia a expressões referentes a órgãos sexuais e palavras pouco usuais ao moralismo cristão ocidental. Quando ele diz palavra, está se referindo à linguagem em si e não à palavras isoladas. Outro erro está em classificá-las como imorais, pois o pressuposto de que muitos partem vem de que o sexo ou a menção desses orgãos, ainda mais desta forma, são pecado de imoralidade. Isto ocorre porque o cristianismo sempre teve esta tendência de negativar o sexo e vê-lo com maus olhos. No ocidente, um cristão dizer que "caiu" já provoca nos outros o pressentimento de pecado sexual como adultério, prostituição e etc. Mas o "cair" pode ser em qualquer área, certo? Esta atitude da cristandade para com o sexo, ao decorrer dos séculos, mostra que o sexo sempre foi um alvo de sua repressão e fixação; por isso tentam evitá-lo e demonizá-lo, como consequência de mecanismos de defesa inconscientes.
A própria história do cristianismo mostra isto, como no livro "Eunucos pelo Reino de Deus". Mas simplificando: se eu falasse que fiz uma cirurgia no meu pênis, você acharia imoral a simples menção dele? A tendência seria não. Com a palavra "caralho" dá no mesmo, mas com outras letras. Porém, esta palavra não é lá muito elegante e socialmente aceita, né. Por isto muitos não falam, ou falam somente em conversas informais. Mas então "o que seria entorpecer a linguagem?", você deve estar perguntando. Eu digo: palavra torpe é usar a sua linguagem para "matar" alguém, seja xingando alguém com esses "palavrões", ou seja com insultos que não são "palavrões", mas que ferem do mesmo jeito ou até mais; também seria mentir para alguém, ou adular alguém com palavras bonitas sendo que você a prejudica fazendo ela acreditar que estes elogios são verdades, mas na verdade são ilusões. Ou então passar informações erradas e que atrapalham as pessoas, sendo esse conjunto de todas estas coisas, que acabei de citar, algo que não as edifiquem, ou seja: as destroem. Outra evidência de que palavra torpe não seria palavrão, é o fato de na Bíblia haver palavras que eram consideradas fortes e que os tradutores suavizaram e muito. Temos o original de Ezequiel 16 com palavras fortes de confronto, onde Deus menciona que as mulheres de Israel estavam interessadas no "caralho" dos egípcios. Este seria o termo mais adequado, segundo alguns intérpretes. Foram palavras duras que Deus usou para chocar e chamar a atenção do povo cauterizado de mente. Temos Jesus chamando os fariseus de "sepulcros caiados" e "serpentes e raça de víboras" (Mt 23:33) e que naquela sociedade era considerado um baita "palavrão". Mas eram palavras de repreensão e para delatar a hipocrisia de pessoas que eram raça de víboras, porque matavam pela boca (pelo ensino da lei, colocando fardos nos outros) e sepulcros caiados, porque eram vazios por dentro e adornados por fora.
Desta forma, a linguagem de Jesus era mais clara que a neve, jamais torpe ou coisa do tipo. Ele não os ofendeu, pois eram aquilo. Jesus estava os despertando da hipocrisia malévola deles e tentando salva-los do juízo de rejeitarem o Messias e o Reino, por causa de suas tradições. Resumindo: o palavrão pode ser pecado se for usado como palavra torpe, ou seja, para insultar, destruir, mentir e não edificar o próximo. A grande questão seria o que fazenos con este conhecimento. O fato de falar palavrão em si não ser errado, não significa que irei falar na frente de quem tem consciência diferente da minha e que não gostaria de ficar ouvindo isto a toda hora. Deve, portanto, haver um equilíbrio nesta questão. Não devo explorar meu próximo ou falar um palavrão somente para esfregar em sua cara que não é pecado. E nem ele me esmagar de moralismos e condenações. Em suma, se sua intenção for falar palavrões para irritar seu próximo, você não usou o conhecimento como devia.
#Prosador
Link da Superinteressante:
<https://super.abril.com.br/ciencia/a-ciencia-do-palavrao/>
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Imagem retirada em:
<https://www.google.com.br/amp/www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/tecnologia/2017/05/31/interna_tecnologia,598890/amp.html>
Acesso: Novembro, 2017.
O bicho (Análise)
"Vi ontem um bicho
Na imundice do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem".
-Manuel Bandeira
Este poema, composto por Manuel Bandeira, reflete de forma simples e prática uma problemática que existe desde que o mundo é mundo: a fome. Seu talento para expressar em versos questões sociais é nítido neste poema. O autor começa com uma expressão que denota algo comum do cotidiano: "Vi ontem um bicho". Algo recente e sempre presente na sociedade; a princípio "o bicho" não é especificado, dando a entender que era um animal. Este bicho estava na "imundície do pátio", ou seja, um ambiente não muito agradável e incomum para um ser humano, reforçando a hipótese de ser um animal. Percebe-se que ste bucho estava desesperado e faminto, pois "quando achava alguma coisa, não examinava nem cheirava: engolia com voracidade". Era um ato de sobrevivência; nesta situação a comida não era um a aperitivo ou algo a ser apreciado, mas uma questão de sobrevivência. Ao relatar o que o bicho não era, o autor coloca uma escala: "não era um cão, não era um gato, não era um rato", mas ao descrever ser este "bicho" um homem, usa expressão ambígua "meu Deus". A intenção dele era passar a impressão de espanto, ao descobrir que o bicho era um homem. Um honem que saiu de sua condição natural e virou bicho, um animal ao engolir e com voracidade a comida, movendo-se por instintos somente. Outra interpretação era que ao dizer "meu Deus" o eu lírico ao se espantar,clamava pela intervenção divina em meio ao caos constatado. Decerto, a mensagem a ser refletida é a constatação da pobreza e um protesto contra a banalidade que se vê hoje em dia. Já é comum para nós, humanos, banalizarmos o caos da fome, justamente por convivermos com ela. Manuel Bandeira publicou este poema em 1947, depois do pós-guerra (Segunda Guerra Mundial), onde o caos e a pobreza trouxe, talvez, a reflexão ao autor. A fome é consequência do caos instaurado pelo egoísmo e pelas guerra humanas, que ocorrem pela nossa natureza decaída. Desta forma, a nossa pergunta é: temos sido animais no trato com o outro, ao tratarmos pessoas nessa condição como bichos? As guerras e a indiferença... indicam que sim!
#Prosador
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<http://barrigudanews.blogspot.com.br/2017/03/o-bicho-manuel-bandeira.html?m=1>
Acesso: Novembro, 2017.
O que é ser cristão?
Escrevo para todos; tanto os não cristãos e não religiosos, quanto os que se consideram religiosos ou cristãos de alguma denominação. A proposta neste texto é expressar o meu conceito do que seria um autêntico cristão; um termo vasto e genérico, mas ao mesmo tempo pode ser neutro em um tempo com tantas denominações e religiões dentro do cristianismo. Bem, ser cristão tem a conotação de pertencer, primariamente a Cristo, ou seja, aquele que segue a Cristo. Embora nem Jesus Cristo tenha chamado seus discípulos de "cristãos", mas como eram seus discípulos, podem ser chamados de cristãos, pois são discípulos de Jesus Cristo. Desta forma, creio este ser o termo mais correto e que uso quando digo ser um cristão; aquele que segue os ensinos de Jesus Cristo e se relaciona com Ele, sendo Deus. Na Igreja Primitiva, o termo usado para a reunião dos que seguiam os ensinos de Jesus, era "O Caminho", e traz a conotação de que não havia um religião formal, mas uma organização simples entre os que partilhavam a mesma fé. Porém, o termo cristão de forma secundária, se refere ao seguidor do cristianismo, fundado como religião oficial do Império Romano de Constantino, por questões políticas, onde a religião seria a língua universal no meio da diversidade e extensão do império da época, onde havia diferentes línguas. Desta forma, o cristianismo se expandiu e depois, ficou sob a tutela da Igreja Católica, que reinou sobre a Idade Medieval e foi enfraquecendo-se paulatinamente, principalmente depois da Reforma Protestante que também possuiu cristãos, mas reformados. Dificilmente um cristão protestante se identifica como cristão, mas se refere como reformado, ou presbiteriano e etc. Isto porque, com a reforma, surgiram várias subdivisões de outros grupos, como luteranos, calvinistas, wesleyanos e etc. Desta forma, ser cristão tem a conotação de muitas coisas; tenho certeza que deixei de explanar muitas coisas, mas ao meu ver... ser um autêntico cristão, tem a ver com alguém que segue a Cristo. Se institucionalizado ou não, católico, protestante e etc... não importa. Desde que Cristo seja a referência acima dessas estruturas e denominações religiosas. Pois como disse karl Marx: "A religião é o ópio do povo", e tem poder de viciá-lo numa alienação, porque o ser humano gosta do controle e muitas coisas ruins podem surgir, principalmente com o poder nas mãos de um líder mau intencionado e com o "poder espiritual" sobre outros.
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#Prosador
segunda-feira, 27 de novembro de 2017
"Poema em Linha Reta" (Análise)
"Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza".
-Fernando Pessoa.
Este é um clássico poema de Fernando Pessoa, através do seu heterônimo Álvaro de Campos. Os versos retratam um manifesto! O eu lírico parece estar indignado com o cenário em sua volta. Que cenário??? O cenário de uma sociedade que vive em negação; há uma certa hipocrisia entre as pessoas e uma vida de máscaras. Ele responde a esta sociedade politicamente correta de forma sarcástica: "Nunca conheci quem tivesse levado porrada" e "Todos os meus conhecidos tem sido campeões em tudo". Isto demonstra que os contemporâneos deste eu lírico (ou pelo menos ele achava que) não queriam demonstrar suas fraquezas ou admiti-las. Pois todos tem sido "campeões em tudo". Hoje podemos ver a mesma coisa: quem no Facebook e nas redes sociais mostra suas mazelas ou seus momentos de tragédia? São a minoria. Vivemos em uma sociedade perfeccionista, onde o capitalismo nos oferece status por meio de produtos de marca e bens, e onde os erros são encobertos. A reputação é o que importa; há um culto à autoimagem e por isso, a fachada precisa ser bem decorada com máscaras bonitas. Mas as patifarias e os trâmites são feitos por baixo dos panos, principalmente aqui no Brasil. Todos acompanhamos a operação lava jato, a cara lavada dos nossos políticos e suas insistências em se declararem inocentes, mesmo com provas veementes. O Brasil é o país do "homem cordial", como disse Sérgio Buarque de Holanda. Em que ele é movido pelo coração (que vem de "cordis" no latim= cordial), ou seja, alguém movido pelo frenesi, pelos impulsos e que não faz distinções entre o público e o privado. Usando-se dinheiro ilícito (desviado) para luxos e viagens privadas com aviões públicos, e onde os impostos neste país são regressivos (com ênfase de altas taxas de impostos nos produtos mercantis), deixando baixa ênfase no custo dos progressivos, (que teriam mais custo sobre impostos onde a classe mais alta teria que pagar mais ao Estado), demonstrando que as leis, quando funcionam, beneficiam a aristocracia do Planalto.
Depois, o eu lírico dá vários exemplos de gafes que sofreu, como ser desprezado por pessoas de funções mais baixas de uma sociedade (criadas de hotel, moços de fretes) e que, acima de tudo, cometia erros como um ser humano normal. Agindo totalmente ao oposto dos que só cometiam pecados, mas nunca infâmias; atos de violência, mas nunca covardias. Eles, que faziam um grande esforço para não perder a fachada adornada de perfeição, parecendo "semideuses". Em contraposição, o eu lírico mostra ser humano e sincero, pois não nega suas mazelas, mas admite seus deslizes, gafes e imperfeições; ele olha para si e reconhece ser um reles mortal. Mas quando olha para fora e olha a mentira e a vida de máscaras dos outros, reage com ironia e sarcasmo. Ótimas formas de se chamar a atenção quando os discursos do cotidiano falham e são contemporizados. As expressões: "Ó príncipes, meus irmãos", "Arre, estou farto de Semideuses" e "São todos o ideal, se os oiço e me falam", demonstram a denúncia sarcástica dos politicamente corretos e alvos da delação do eu lírico. Assim podemos, como leitores, refletir sobre este poema e quem somos nele. Se somos os "semideuses" cheios de fachada e que negam olhar para si, ou se somos os que "enrolamos os pés publicamente nos tapetes das etiquetas" e nos olhamos no espelho da existência, com nossas falhas e imperfeições. Desta forma, Fernando Pessoa, além de um poéta, mostra-se um filósofo que discorre, entre prosas e poemas, sobre os dilemas vida.
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Acesso: Novembro, 2017.
quinta-feira, 23 de novembro de 2017
O fardo de ser um "Cristão"
Vai chegando um momento da vida em que se torna complicado, e na verdade, incompatível ser cristão! Calma, caro leitor(a) não se escandalize; o termo que emprego aqui é o cristão denominacional cego e mente fechada, advindo desde Constantino e desde a reforma. Mas, na verdade, não necessáriamente pelo rótulo que carrega, pois qualquer um pode ser esse "cristão" independente de onde seja ou esteja. É complicado ser cristão porque, desde sempre, somos ensinados que Deus abençoa os seus filhos e os proteje de forma especial, mas ligamos o noticiário e vemos dezenas de cristãos mortos pelo Estado Islâmico e acidentes com toda sorte de pessoas. É difícil ser cristão porque, crescemos achando que Deus age sempre seguindo uma cartilha, mas ficamos confusos, na nossa prepotencia, ao tentar entendê-lo e explicá-lo. É complicado ser cristão quando eu vejo que nem todo homem que sobe ao púlpito é o que fala lá em sua casa, quando distribui uns safanões em sua mulher e chuta até o cachorro. É impossível ser cristão quando temos que nos basear muito mais no comportamento moralista difundido por muitos, do que nas intenções e no espírito do Evangelho. É difícil ser cristão porque, muitas das vezes, você tem a obrigação de pensar segundo a autocracia dos que se dizem líderes. E convictos da sua visão arrogante... não aceitam opiniões diferentes. É complicado ser cristão, quando você percebe que aquele ateu que não crê na existência de uma divindade... na prática é mais íntegro e vive o Evangelho com a vida, mesmo sem acreditar nele. Bem... que fardo ser cristão, arre! A minha decisão será rasgar a cartilha da tradição que não condiz com a liberdade do Evangelho, de ser a favor da vida e de Jesus. Já você... é livre pra escolher o que quer ser quando "crescer".
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Acesso: Novembro, 2017.
domingo, 19 de novembro de 2017
O Caminho, a Verdade e a Vida.
" Disse-lhe Tomé: 'Senhor, não sabemos para onde vais; como então podemos saber o caminho?' Respondeu Jesus: 'Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim.' " (João 14:5, 6 -Nvi).
De fato, este versículo é muito comum e muito citado entre as pessoas. João 14:6 é o básico para quem se diz cristão e ensinado nas escolas bíblicas dominicais. Porém, você já parou para pensar na profundidade dessas palavras de Jesus? Ocorre um grande risco entre nós de menosprezarmos o básico e o que é sempre repetitivo. Mas os que creem no Evangelho, sabem que ele sempre tem algo novo a nos mostrar e despertar em nós uma compreensão que antes não tínhamos; principalmente quando passamos por situações parecidas com o contexto do texto vigente. A revelação divina é tão impactante que mesmo tendo sido terminada primáriamente, continua sendo desdobrada em nossa vida diária e aprofundada. "Ó profundidade da riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e inescrutáveis os seus caminhos!", diria Paulo de Tarso e tantos outros. Mas então qual o sentido de João 14:6? Bem... no contexto em que Jesus exclama isto, os seus discípulos estavam com fortes crises e dúvidas quanto ao seu destino; não entendiam (ou não queriam entender) o que Jesus vinha dizendo de que era necessário ir para a cruz e morrer, ressuscitando ao terceiro dia. E de que seu Reino não era político, mas espiritual. Eles esperavam um Messias político e fama ao lado dele. Porém, Jesus disse que o lugar que estava indo, eles não poderiam ir naquele momento. Esta era a crise do momento; mediante a pergunta de Tomé, Jesus afirma ser o caminho, a verdade e a vida em pessoa. Ora, quando estamos confusos e sem rumo na existência (mesmo sendo cristãos), começamos a entender que Ele é o Caminho; somos fissurados no "como" e nos métodos. "Como devo ser um bom cristão, como devo pregar o Evangelho, como viver, como vencer os problemas, qual a rota a seguir?" Interrogamos a nós mesmos de forma existencial. Quando a mentira vira nossa companheira diária (inconscientemente) ou quando a usamos conscientemente e já não sabemos mais o que é verdade ou não e ficamos sem entendimento, Ele é a Verdade que nos mostra onde nos perdemos ou as mentiras que não vimos e nos ajuda a viver pela verdade. Em um mundo caótico, seja o nosso mundo interior ou no mundo exterior: geográfico e coletivo, onde o índice de suicídios aumenta e a depressão nos persegue... Ele diz ser a Vida. E nos ensina a viver em abundância e a amar a vida e todas as pessoas. Jesus é a luz que ilumina todos os homens; o verdadeiro Jesus eu digo. Não me refiro ao cristo da religião ou da construção religiosa, mas ao Cristo vivo e verdadeiro. A morte de Jesus Cristo foi para termos acesso a Deus, sendo essa a causa verdadeira da morte dEle, o relacionamento com Deus (que por sinal é Jesus). E por isso o relacionamento é a chave para que Ele nos guie ao caminho, à verdade e à vida existenciais. Pois Ele é o Caminho a Verdade e a Vida. Então lembre-se: não sabe o que fazer? Pega um refresco, senta e relaxa! Porque Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida; você está em boas mãos.
#Prosador
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<http://www.sliceofreallife.com/2012/08/20/five-tips-on-what-to-do-in-rains/wal-in-rains-five-tips-on-what-to-do-in-rains/>
Acesso: Novembro, 2017.
sábado, 18 de novembro de 2017
A Falsa Espiritualidade
"Cuidado com os “cães”, cuidado com esses que praticam o mal, cuidado com a falsa circuncisão!" (Filipenses, 3:2 -Nvi).
Certa vez, eu estava conversando com uma determinada pessoa. E a avisei que uma conhecida dela ligou para ela e a avisou que ela tinha se esquecido de passar na casa de sua conhecida. Em resposta, a pessoa que avisei, que tinha esquecido de passar na casa de sua conhecida, disse-me: "Eu esqueci; mas o mais importante é o meu Deus". Sim, ela tinha ido para uma reunião na igreja. E eu respondi: "Aí que você se engana. Se você ama a Deus, não esquece do seu próximo". Não falei aquilo condenando ela por ter esquecido do compromisso com a sua conhecida; errar é humano. Mas usar a "espiritualidade" para não assumir o erro e se distanciar do próximo, tem sido a incongruência de quem se diz espiritual. Amar a Deus sobre todas as coisas e ser um cristão que segue Jesus, não se desvincula do amor ao próximo; pelo contrário: a espiritualidade se confirma no meu próximo. Jesus Cristo foi o exemplo vivo quando andava com as pessoas. Quanto mais Deus ele era, mais humano se fazia, e de fato se fez. A ponto de andar com todo tipo de pessoas: da mais alta elite, ou com os mais marginalizados para a sociedade de seu tempo. Mulheres, prostitutas, mulheres samaritanas, leprosos, pescadores e coletores de impostos. Foi isso que João disse a respeito de Jesus em seu livro: "Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade" (João, 1:14).
Sim, o Divino se auto-limitou para se fazer presente com nós, a humanidade. E a verdadeira espiritualidade e culto a Deus é o nosso semelhante; independente de religião, cor da pele, opção sexual, preferência alimentícia ou qualquer coisa do tipo. O Jesus que era o caminho, a verdade e a vida e também Filho de Deus, era também acusado de beberrão e de ser festeiro (rolezeiro); era alegre e andava com todos. Assim, a conversão ao Evangelho, significa conversão ao próximo. É não deixar de ir em churrascadas, festas, reuniões, exposições de Arte e todo o lugar geográfico onde haja seres humanos. Pois o culto é na vida, e a vida é um culto de relacionamento com Deus que nos aproxima do nosso próximo, seja quem for. Assim, o Reino de Deus é um pressuposto pelo qual eu vejo o mundo e ajo nele. O Reino não é lugarizável (não tem lugar geográfico), mas é no coração humano e um estilo de vida. Este é o Evangelho que eu creio. O que passar disto é obra da distorção da religião e regras de homens preocupados em manter gente em sua instituição, por bem ou por mal.
#Prosador
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<https://m.mixcloud.com/presbiterianadearuja/retirando-o-véu-da-espiritualidade-rev-andré-botelho/>
Acesso: Novembro, 2017.
terça-feira, 14 de novembro de 2017
Uma verdade sobre A verdade
Essas, são as indagações de um sujeito normal e sincero em meio ao mundo das diversas verdades. Nesta minha pequena-grande jornada de vinte e um anos, transitei entre os mortais e avistei neles a segurança de quem afirma suas verdades com a certeza de estarem certos. Todos os que creem em uma verdade se acham, de fato, detentores dela. Mesmo que tenham rivais que pensem opostamente o contrário; em todas as áreas. Os rivais que pensam ao contrário dos que pensam estar certos, também se acham certos. E quem disse que estão ou não? No meio religioso, transitei entre os que, pelo menos eu, considero conservadores... e observei, de perto, suas crenças e axiomas; verdadeiros dogmas, se certos ou não, não sei. Achei que estavam certos... talvez estejam, talvez não. Posteriormente, transitei entre os que, pelo menos eu, considero liberais e observei de perto suas crenças e seus antidogmas e tentativas de desconstruir todo o velho paradigma que consideravam conservador. De fato foram traumatizados pelas "verdades" conservadoras e se enrijeceram com a antítese da "verdade anticonservadora", pelo menos ao meu ver. Talvez estejam certos, talvez não. Também investiguei a soteriologia religiosa dos que, pasmem, acham estarem certos: os calvinistas; sempre certos e seguros com a verdade deles. Talvez estejam certos, talvez não (pessoalmente creio que não, mas também tenho a minha verdade que acho ser A verdade). Depois... procurei investigar os arminianos, outros que também se acham certos. Visitei os mórmons, católicos, espíritas, adventistas, não evangélicos, evangélicos: batistas, presbiterianos, pentecostais, os da Universal (neopentecostais) e também reparei que todos se acham certos. E agora? Alguém tem que estar errado não? Não sei! Mas o que eu sei que sei, é o seguinte: nessa existência povoada por estes semideuses, a verdade é que eu não sei qual é A verdade. Mesmo que alguns deles me digam que as suas verdades são A verdade, quem pode isto me garantir?
#Prosador
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<http://caminhosdailuminacao.com.br/sua-missao/verdade-como-viver-o-caminho-da-sua-verdade.html>
Acesso: Novembro, 2017.
sábado, 4 de novembro de 2017
A brisa de ser cristão
É brisado ser cristão; totalmente loucura e acertada insensatez. O cristão genuíno é um ser divagante. Aquele que acredita na loucura de que um livro escrito durante os milhares de anos atrás e em diferentes momentos é verdade, parece louco aos olhos dos sensatos não cristãos.
É loucura acreditar que o mundo foi criado por um ser que sempre existiu, e que foi criado em sete dias (ou eras); loucura... pensar que o homem foi feito do pó. Ou que um grande dilúvio inundou toda a terra e que somente uma família sobreviveu em uma grande arca. É loucura acreditar que um Deus se manifesta de três formas, sendo uma trindade. Para estes sensatos, acreditar que esse Deus desceu na terra e viveu entre homens e morreu, mas ressuscitou... é totalmente loucura e também coisa de gente que tem parafusos soltos ou fanáticos medievais que também crêem no Diabo.
Loucura das loucuras é falar com um ser eterno e que não tem forma e nem aparência, mas que se revela por um livro escrito há milhares de anos. Loucura é retribuir os pontapés com beijos, ou fazer o bem como troco ao mau imputado. Completa brisa acreditar que depois da morte há uma vida que nunca acaba e que existem anjos e outras dimensões.
Neste sentido, o cristão é digno de toda chacota, pois acredita no que não vê e não sente. Ter fé é coisa de louco que abre mão dos passos certeiros e caminha com passos no escuro, com a certeza dessa loucura, "Pois a mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus" e ainda: "Visto que, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por meio da sabedoria humana, agradou a Deus salvar aqueles que crêem por meio da loucura da pregação" e novamente: "Não se enganem. Se algum de vocês pensa que é sábio segundo os padrões desta era, deve tornar-se 'louco' para que se torne sábio. Porque a sabedoria deste mundo é loucura aos olhos de Deus. Pois está escrito: 'Ele apanha os sábios na astúcia deles'. E assim, a confirmação de que os sensatos estão certos, é pura verdade: somos loucos como cristãos e insensatos aos olhos desses sensatos. A maior sensatez é aceitar tal loucura e ser coerente nesta grande "incoerência" que se chama vida com Deus.
Referência: O livro de loucos, chamado "A Bíblia", na carta de 1Coríntios 1:18 ao 21 e 3:18 ao 19.
#Prosador
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Acesso: Novembro, 2017.
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