Aprender a pensar é essencial; aprender a desaprender para aprender coisas novas... é imprescindível. Em reconstrução permanente!
sábado, 28 de julho de 2018
A Lei do Evangelho vs As Outras Leis
" Mas, se vocês são guiados pelo Espírito, não estão debaixo da lei."
-Paulo de Tarso, escrevendo aos Gálatas (5:18).
Paulo de Tarso era seguidor do Evangelho, após seu encontro com Cristo Jesus, marcante em sua vida. Ele mais do que ninguém sabia o que era se sujeitar à lei (hebraica) e ao judaísmo; Paulo era religioso antes de conhecer o Evagelho e se sujeitava à lei provisória. Os gálatas eram recém cristãos que, em muitos casos, vieram do judaísmo e tentaram encaixá-lo junto com o Evangelho. Tentavam se aperfeiçoar pelo mérito da observação de regras (Gl 3:3) e se justificarem diante de Deus. Mas será que o que Paulo falou se limita somente a isso? Não; a Palavra de Deus transcende a Bíblia e as Escrituras e se aplica multiformemente no dia chamado hoje; sendo assim, hoje também temos outras leis que não são mais judaicas, mas são anti-Evangelho também. A lei do triunfalismo (nunca aceitar perdas, dores e fraquezas); do egoísmo (usar pessoas sempre em nosso benefício e para nos dar o que queremos); da vingança (não perdoar as pisadas na bola de alguém); da "sobrevivência" (pisar em cima de quem for para conseguir nossos objetivos; "antes ele do que eu"); e tantas outras leis. Paulo diz que quem está sendo guiado pelo Espírito (de Cristo Jesus), não está debaixo destas leis; seja da meritocracia, autojustificação, exploração do próximo, e da lei do ódio e do egoísmo. Estar debaixo destas leis significa fazer destes erros um hábito, um respirar diário de egoísmo, maldade, ódio, violência e ciúmes; de forma consciente e com amor às trevas e ódio pela luz e pela vida. A lei do Evagelho é somente uma: a do amor ao próximo. Esta lei é diferente de todas as outras, pois não é imposta; muito menos mecânica, padronizada e obsoleta. Ela se aplica mediante a consciência que vai sendo iluminada pelo Evangelho e recebendo o amor de Deus. Ela é universal, atemporal, e transcultural; não discrimina etnias, muito menos opções sexuais e econômicas. Ela confronta toda padronização da religião e se desvencilha dela. Não trata seres humanos como manufaturas idênticas, mas segundo o espírito do amor e da graça.
#Prosador
Imagem em:
<https://www.google.com.br/amp/www.mulheresbemresolvidas.com.br/voce-esta-pronta-para-um-novo-amor/amp/?source=images>
Acesso: julho, 2018.
segunda-feira, 23 de julho de 2018
A Alienação na Racionalidade Científica
"A questão existencial de saber se existe "mais" se estende além do aspecto da experiência humana como um todo. Pois alcança também um âmbito pessoal e individual."
-Thiago Arrais
Essa frase de Thiago Arrais me trouxe um entendimento sobre um assunto muito presente em muitas pessoas; principalmente em mim. Muitos intelectuais e acadêmicos também passam por isto. E o que seria tal assunto? A alienação na racionalidade científica. Alienar-se na racionalidade científica significa ver toda a existência e tentar teoriza-la a partir da racionalidade e da intelectualidade de pressuposto meramente científico. E por quê isto é comum? Porque vivemos na era científica em que tudo precisa ser testado e teorizado de acordo com as leis universais dela. O que não pode se encaixar no cientificismo humano (ou seja, do controle humano sobre a interpretação de fatos e fenômenos universais ) é facilmente descartado ou colocado como fora de norma e padrão. Mas nem tudo, como por exemplo sentimentos, emoções e outras áreas, podem e devem ser teorizadas. Como disse Thiago Arrais, há questões que fogem da vida racional e dessa existência e o "mais" ou seja, o transcendente a esta ordem de coisas, o inexplicável e o pessoal... só podem ser vivenciados pessoalmente e não servem para teorizar. Teoria serve para a prática, assim como o trabalho, o comer, a diversão e as demais áreas servem para a vida. Na ordem ideal da existência: a ciência, o conhecimento, a comida, o dinheiro e o prazer... estão a serviço da grande arte de se viver. Não são um fim em si mesmos. Quem vive para trabalhar ao invés de trabalhar para viver? Ou quem se propõem a ser uma enciclopédia ambulante ao invés de usar a ciência e o conhecimento para uma melhor qualidade de vida? Desta forma... a experiência e o sentido de se viver encontram-se quando a vida não serve aos meios, mas os usa para ela e não se aliena neles.
#Prosador
Imagem em:
<http://www.esquerdadiario.com.br/A-alienacao-do-trabalho>
Acesso: julho, 2018.
domingo, 15 de julho de 2018
"A Coragem De Ser Imperfeito" de Brené Brown
"Não é o crítico que importa; nem aquele que aponta onde foi que o homem tropeçou ou como o autor das façanhas poderia ter feito melhor. O crédito pertence ao homem que está por inteiro na arena da vida, cujo rosto está manchado de poeira, suor e sangue; que luta bravamente; que erra, que decepciona, porque não há esforço sem erros e decepções; mas que, na verdade, se empenha em seus feitos; que conhece o entusiasmo, as grandes paixões; que se entrega a uma causa digna; que, na melhor das hipóteses, conhece no final o triunfo da grande conquista e que, na pior, se fracassar, ao menos fracassa ousando grandemente."
( Trecho do discurso " Cidadania em uma República" ou "Homem na Arena", proferido por Theodore Roosevelt, na Sorbonne.)
Esse discurso é parte do Prólogo do Livro da autora René Brown, chamado "A Coragem de Ser Imperfeito", que foi o primeiro da lista do The New York Times, de algum ano. E esse livro tem me impactado muito, principalmente esse discurso de Roosevelt que traz um vislumbre do que a autora trabalha sob o conceito da vulnerabilidade e de admitirmos a nossa fraqueza e a imperfeição na vida; ainda mais numa sociedade ocidental que nos prega a "perfeição " e uma vida de sucesso. Todavia... ser homem ou mulher de verdade consiste em admitirmos que não somos super heróis (heroínas) e nem o que nossas máscaras e armaduras querem mostrar. E isso exige a coragem de nos tornarmos vulneráveis, pois admitir nossas fraquezas significa entrar em vulnerabilidade. Mas nos torna mais leves e humanos de verdade, livres da tirania da perfeição. Com isto não digo que não devemos nos esforçar para progredir, pois admitir fraquezas é o primeiro passo para o progresso; mas digo que uma vida de negação de defeitos e fracassos é inútil, pois fracassos, defeitos e vulnerabilidade, não se buscam... apenas se respiram, estando presentes sempre. Basta termos coragem de admitirmos e de encararmos nossos fantasmas... ou não.
#Prosador
Ps: Agradeço a Rosiene Formoso que me indicou e emprestou o livro gentilmente.
segunda-feira, 9 de julho de 2018
Um Resumo sobre a Bíblia
Que todos sabem que a Bíblia é um dos livros mais lidos do mundo (senão o mais) é fato; mas qual sua composição, ideologia e objetivo? Bem... para todo aquele que considera-se cristão ela tem um significado muito grande, não importa se ele é um cristão católico romano, ortodoxo, protestante, liberal, não institucional, evangélico pentecostal, neopentecostal, e aqueles considerados seitas pelos evangélicos, como os espíritas, mórmons e adventistas do sétimo dia. Desta forma, o cristianismo tem seus diversos matizes. O que muda para cada grupo é a forma como interpretam a Bíblia. Só nesta introdução dá para percebermos o quanto a Bíblia é um livro base para a formação da nossa sociedade judaico-cristã, quer para o bem e quer para o mal (bem evidente) na nossa sociedade. Pela minha experiência como um cristão (não institucional e ex-integrante do abrangente meio evangélico), a Bíblia é um livro escrito por homens que tiveram a inspiração para escrever aqueles conteúdos, baseados em sua experiência que tiveram com Deus. Lembrando que não são os judeus os únicos exclusivos a escreverem suas experiências com Deus, pois temos outros povos com suas percepções de Deus, que para os hebreus, segundo seu tronco linguístico, se chamava Yahwe. Eles eram judeus e escreveram os livros integrantes em diferentes contextos e momentos da história e em três línguas diferentes (Hebraico e Aramaico, no Antigo Testamento, e Grego Koiné no Novo Testamento). Pelo fato de ser escrita para diferentes públicos, em diferentes épocas e com diferentes mudanças nos significados das palavras de cada língua (pois as palavras mudam nos seus sentidos e significados em uma língua, visto ser o ser humano alguém dinâmico) ela tem muitas variações de traduções e até para o leitor e estudioso mais erudito é de difícil compreensão em sua totalidade. Por isso existem enormes divergências na cristandade atual (e antiga) e ocorrem, para os que usam este livro como ideologia, aplicações baseadas em entendimentos da mentalidade do século I ou em outros séculos A.C, no caso do Velho Testamento. Por isso a repressão do sexo e a exigência do dízimo para os que pertencem ao meio cristão (embora dentro desse meio haja divergências sobre isto) tanto como outras formas de pensar na nossa sociedade, pois a cultura judaica era extremamente machista. Ao que se trata sobre Jesus de Nazaré/Cristo, seus atos estão registrados nos quatro Evangelhos, com relatos das testemunhas que conviveram com ele. Falando como alguém que tem fé no que está escrito sobre ele, considero Jesus como Deus em forma de homem; para os que não possuem essa fé, a Bíblia, embora diversa para se interpretar, possui um conteúdo filosófico muito rico e útil, se aplicado sem as interpretações convencionais religiosas que provocam neuroses, arrogância, preconceitos em relação aos não-cristãos, homossexuais (embora hajam igrejas integrativas para eles, visto que os religiosos convencionais não os aceitam em sua sexualidade ativa), ateus e etc. Enfim... se eu fosse detalhar e explicar todos os males que a Bíblia fez, não por causa dela, mas por causa da interpretação alheia, eu não terminaria este texto e você, caro leitor(a), não iria terminar de lê-lo. Mas embora hajam esses males, os conteúdos da Bíblia, se não forem interpretados de forma ignorante, (pois existem questões escritas pertinentes somente ao contexto daquela sociedade, como por exemplo muitas partes do Velho Testamento, como o dízimo, e aplicações que Paulo, Pedro, João, Tiago e outros autores, instruíram a fazer nas culturas e povos do século I, localizadas no Novo Testamento, que eram pertinentes somente a elas e naquele contexto, como por exemplo as mulheres a usarem véu em corínto por motivos da crescente prostituição, a repressão de Paulo aos homossexuais da putaria que eram casados com mulheres mas tinham relações com homens mais novos, e os imperadores e outros do Império Romano que transavam com qualquer pessoa e faziam orgias; estes ele condenava e não os homossexuais em si) sendo vista de forma sensata, ela se torna um livro que ajuda no crescimento pessoal e para os que crêem no Evangelho... demonstram a grandeza de quem Jesus foi e de quem ele é como Deus, após ressuscitar dos mortos, segundo os judeus e suas experiências. Ps: Não escrevi tudo o que eu poderia e deveria, mas sintetizei o que considerei principal neste momento e para uma publicação nesta página.
#Prosador
Imagem retirada em:
<https://formacao.cancaonova.com/biblia/estudo-biblico/formacao-teologica-qual-e-origem-da-sagrada-escritura/>
Acesso: Julho, 2018.
domingo, 8 de julho de 2018
Mesquinhar
O que significa mesquinhar? É obvio que todos sabem ser o ato de ser mesquinho; e o que significa ser isto? O dicionário tem ao todo sete definições deste adjetivo. As mais ressaltantes são: "1)Demasiadamente agarrado a bens materiais; avaro, sovina. (o que é consequência da próxima definição). 2)Que demonstra estreiteza de espírito e de visão. 3)Falta de grandeza, de magnanimidade."
Mesquinhar, portanto, significa ser um espírito tomado por visão frívola, medíocre, acomodada, preguiçosa, reducionista, limitante e indiferente com o resto da vida e de todas as áreas resultantes e integrantes dela. Esta ação esta presente no nosso cotidiano (de forma inconsciente e deliberada) de modo que em alguma área e, em certas intensidades, todos somos mesquinhos. E o que fazer para vencer essa nossa estreiteza de espírito e falta de grandeza, seja com bens e/ou pessoas? Ou achas estares isento deste câncer na alma? Sim, ser mesquinho é sofrer de um câncer na alma. E a grande quimioterapia... é o sofrimento. O sofrimento vai minando nossa mesquinharia e plena desvalorização pelas coisas da vida; coisas que achávamos possuir. O sofrimento descortina a ilusória vida de fachada que levamos e que achamos ter controle. Cartola bem soube disso, bem como um dos interpretes de sua música: Cazuza. Ao compor o mundo é um moinho, Cartola expressou o concreto de forma poética e magnânima, sem mesquinharia:
" Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho
Vai reduzir as ilusões a pó..."
-Cartola
Nesta bela percepção de vida, o autor diz que o mundo (a vida; existência) é um moinho (instrumento para moer, triturar e estraçalhar diversos produtos como cana de açúcar, trigo e grãos variados) e o que sobrar da matéria bruta destes produtos, é consumido. Da mesma forma, a existência nos tritura em nossa brutalidade para com ela, os nossos sonhos mesquinhos e egoístas, e nos dá tapas na cara e reduz nossas ilusões, utopias, pessimismos e acomodações a pó. Em resumo, nos ensina a sermos gente com o mundo, com o nosso semelhante e com nós mesmos. É claro que nem todos precisam sofrer para aprender e nem devem pedir sofrimento; ele é generoso com todos e não faz discriminação de idade, sexo, etnia, espécie e ideologia. Todos sofrem e o sofrimento é uma pedagogia alternativa para quem despreza o aprendizado da observação da vida alheia.
#Prosador
Imagem em:
<https://blogdacidadania.com.br/2013/08/essa-elite-mesquinha-nao-aceita-dar-nem-um-osso-ao-povo/>
Acesso em: Julho, 2018.
quinta-feira, 5 de julho de 2018
O Grito da Alma
"Oh, alma vivente! Absorta no fracasso, fustigada pela saraivada de pedras que te enterraram e reduziram-lhe ao pó. Grita! Grita! E ainda gritas novamente! Quem te enterraste e sepultaste essa tua existência?" Pergunta o Espírito que tudo vê. E a alma diz entre soluços de pesar e desespero: "Outra alma semelhante... ela matou-me com sua espada afiada e estilhaçou-me; fez-me provar o inferno existente no aqui e agora. Com suas palavras, desumanizou-me e fez afogar-me no mar de amarguras". Então o Espírito que tudo vê retrucou: "E quem induziu-o a acreditar em tais palavras sacripantas e a deixar-se penetrar por essa espada que te reduzistes ao inferno em vida? Não és tu, ó alma manca e amargurada, que acreditastes em todas estas oralizações vindas de outra alma nefastamente amargurante?" "Tens razão..." murmura a alma fustigada por saraivadas de pedradas de palavras pontiagudas e homicídas; "me deixe morrer! pois acreditei ser o que quiseram-me que eu deveras fosse; deitei-me em tal caixão que fizeram contra mim e percorri tal trilha de espinheiros adornados sadicamente para que eu passasse pelo caminho sangrando-me de dor". E o Espírito que tudo vê disse: "Esta outra alma que reduziste-te a pó e cinza és tu mesmo... fizeste-te de ti um amante da desgraça e devoto da tragédia. Pois tu aceitaste e refletiste o eco do nada. Aceitou o eco de moscas que zombaram em teu ouvido e tornaste-te o que elas bem quiseram o que tu fosses." Diante de tal constatação imputada pelo Espírito que tudo vê... a alma não exitou arrazoar mais, tampouco procurar palavras ou ressuscitar palavras de morte proferida pelas moscas. Então... em aparente silêncio, levantou-se e foi embora. A cada mosca que aparecesse com zunidos moribundos... desviava-se e fazia-se de surda para tal gentalha alheia fustigante. Destarte, Alma reviveu; triunfante caminhava sob o solo seco e rachado da existência repleta de indecências.
#Prosador
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