quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

"Quem vocês dizem que Eu Sou?"



"Um Jesus das massas que trata a todos de forma manufaturada? Ou um Jesus que fala a cada um de forma personalizada e única?"
-Jesus Cristo

Não viva à sombra dos porta-vozes institucionais de Deus e nem pelo que o senso comum acha dele; vá direto na fonte e tenha o seu ver de quem é o tal Jesus, falando com o mesmo. Sem monopólios revelacionais e nem gurus; mas somente o "tête à tête" com o Divino

#Prosador

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Imagem retirada em:
<https://jlandrioli.blogspot.com.br/2012/08/jesus-em-um-culto-de-uma-igreja.html?m=1>
Acesso: Outubro, 2017.

A Peregrinação Existencial


 
Viver por fé é algo paradoxal de certo modo; quanto mais alguns tem certeza, mais vivem guiados restritivamente por suas razões. Mas há aqueles que vivem cheios de dúvidas e por isso entregam o volante de suas vidas. A dúvida é o caminho das pedras para a fé, pois ela permite o questionamento do ego no controle e a constatação de que somos imperfeitos para direcionar plenamente nossas vidas a belprazer. A dúvida não é motivo de desistência no relacionamento com o divino, mas um motivo para aprofundar a confiança; confiança de que na ausência de certezas, temos a certeza de que o Criador está no controle. A dúvida é para os fortes, não para fracos; os fracos se fingem de fortes se apoiando no castelo de suas razões imutáveis. Os fortes, se assumem como fracos e aceitam o fato de que nada sabem, se comparado ao todo do universo. Quem vive cheio de certezas imutáveis, vive na superficialidade do medo da verdade; somente as dúvidas proporcionam o caos necessário para que a verdade seja construída em nossa percepção. Perguntas são um meio para continuar a  nossa peregrinação existencial, mas as  respostas prontas são um fim em si mesmo que barram a peregrinação e acomodam o ser humano. Por isso, a humildade é o grito de quem sabe que hoje pensa de tal modo, mas amanhã pode mudar sua visão, pois se vê como uma formiga, explorando um estádio de futebol.
#Prosador

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

A Maquete Imperfeita

 



 A religião dos homens é uma maquete imperfeita e deturpada da pessoa de Deus. Ela forma pessoas tão convictas de sua suposta fé, mas tão desumanas no trato com os outros. Darei exemplos para concretizar estes fatos. Que tal os próprios discípulos de Jesus Cristo, Tiago e João, almejando atacar fogo no povoado que rejeitou Jesus? Mas ele disse: "Não sabem de que espírito são?" Ou que tal o tribunal da "Santa Inquisição" da Igreja Católica? Não atacavam somente fogo, mas faziam toda espécie de tortura bárbara contra os "hereges". Que tal As Cruzadas? Uma guerra para conquistar um cidade santa, defendendo a "fé" contra os pagãos árabes? Que tal sermos sinceros e dizer que queriam mais territórios para cobrar dízimos e aumentar sua influência? Religião, máquina de fazer vilão! Mas não paro por aqui; que tal a inquisição protestante, matando milhares em nome da "verdadeira fé"? Já vimos esse discurso antes. Ou que tal a própria divisão entre os protestantes e guerras entre eles? Hoje existem várias denominações. Mas vamos falar do evangelicalismo hoje. Que tal a catequização dos líderes e pastores de hoje? Dizendo-se "autoridades espirituais" e "ungidos do Senhor"? Alguns até dão ordens pra anjos... pode isso, Arnaldo? Que tal o conceito do dízimo pro deus deles? Seus bolsos! Objetos sagrados e consagrados no monte? Aprenderam bem com as simonias da igreja católica. Pegaram uma passagem histórica sobre o diálogo de Deus com o povo de Israel, a respeito do dízimo, e jogam Malaquias 3 na cara dos membros, alguns dizem que se não derem... estão debaixo de maldição? Chantagem emocional, covardia e mentira descarada. São pastores de si mesmos. No Novo Testamento está: "cada um dê conforme propôs em seu coração, NÃO com PESAR ou por OBRIGAÇÃO, pois Deus ama quem dá com ALEGRIA", ou seja: algo espontâneo.  Sem contar nas regrinhas e bases bíblicas fora de contexto para manipular e controlar os membros. Desta forma, este "Deus" carrasco, manipulador, ditador e egoísta, a que os não cristãos rejeitam... não é Deus; é uma maquete pervertida criada por estes canalhas e pastores de si mesmos. Assim, o problema da religião, é ela mesma. Os não cristãos associam Deus e Cristo com o que vêem e assim, negam uma mentira construída pela religião; mas ao verem Jesus pelo prisma verdadeiro... se surpreenderão com a contradição dele comparado ao Ídolo Cristão, fabricado por mentes humanas arrogantes e aproveitadoras.
#Prosador

Imagem retirada em:
<http://iadrn.blogspot.com.br/2011/07/o-bezerro-de-ouro-genesis-322-5.html?m=1>
Acesso: Dez, 2017.

sábado, 23 de dezembro de 2017

Tenha um Feliz Natal!



      Natal; esta palavra nos remete a muitas lembranças. Mesa cheia, vinhos e sucos, perus, refrigerantes e... pessoas. Há os críticos ferrenhos que não gostam da data; afinal, não é a data oficial do nascimento do Cristo. Ou talvez porque enxergam a indústria capitalista se aproveitando da data para faturar em cima do estado de espírito dos bons corações. Mas o que isso importa? Todos sabemos disso. Mas não deixamos de olhar no olho dos nossos parentes e amigos e nem de comemorar a lembrança do nascimento de Jesus no dia de costume entre a maioria: 24 para 25 de dezembro. Quem entendeu o nascimento de Jesus, entende que o mais importante disto tudo é o relacionamento com o próximo: seja ele um ateu que não acredita no natal, mas está ali na mesa do seu lado, entrando nas entranhas dos seres humanos naquela reunião. E quem é um cristão e entende que o nascimento de Jesus teve o propósito de religar relacionamentos: entre Deus e o homem; e entre o homem com seu o próximo... entendeu o verdadeiro sentido do natal. Desta forma, o Papai Noel e os presentes são usados como um meio para um fim maior: o seu filho, filha, cunhado, tio, tia, amigo, sogra e companhia. "Pois Deus estava em Cristo reconciliando consigo... o mundo". E aquele que se reconciliou com Deus, que dirá com seu próximo.  Caro leitor(a), tenha um feliz natal!  É o que eu desejo a você.
Ass: Gabriel Meiller 
(#Prosador)

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<http://blogs.plos.org/obesitypanacea/2016/12/23/5-easy-ways-to-prevent-your-family-from-overeating-during-christmas-dinner/>
Acesso: Dez, 2017

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Os Efeitos da Repressão: Um Tiro no Próprio Pé



Os Efeitos da Repressão: Um Tiro no Próprio Pé

"-Um dos comportamentos mais  violentos  de antigestão e que mais esgotam o planeta emoção é a necessidade neurótica de mudar os  outros. Ninguém muda ninguém; temos o poder de piorar os outros, não  de mudá-los."" -Cuidado, senhoras e senhores, as técnicas que usamos para tentar mudar os outros geram janelas traumáticas que cristalizam  neles tudo que mais detestamos... "-Augusto Cury, "O Homem Mais Inteligente da História", Págs 39 e 40.  

    Neste fantástico livro do escritor, pensador e psiquiatra Augusto Cury, encontrei a base para minha explanação sobre a repressão como "um tiro no pé". Uso esta expressão justamente porque ela causa um efeito contrário ao indivíduo que quer mudar o outro. Além de causar estresse desnecessário o ato de querer mudar o outro, a nossa tentativa pode gerar o efeito contrário. E como isto ocorre cientificamente? Bem... Augusto Cury explica neste livro que tudo o que vivenciamos, nossa memória registra automaticamente, principalmente os acontecimentos negativos, como traumas e repressões de qualquer natureza. Este fenômeno de armazenamento, chama-se RAM (registro automático da memória). A Psicanálise traz o entendimento de que a repressão tem a tendência de provocar um fenômeno chamado introjeção. Onde o objeto reprimido, provavelmente um comportamento, gera sérias pulsões no indivíduo de realizar seus desejos reprimidos. Com isto, frequentemente ocorrem os extravasamentos, onde o indivíduo pode cometer excessos em sua atitude, antes reprimida. Resumindo de forma prática: se você proibir alguém, aí que ele faz mesmo... e ainda pior. E com isto, estou querendo chamar a atenção, também, aos pais autoritários e conservadores. Muitas vezes, por meio de dados de pesquisas e empiricamente, vejo que os "filhos rebeldes e vida loucas", são os de pais duros e autoritários. Talvez eles tivessem boas intenções ao educar seus filhos e tentando evitar que eles fossem indisciplinados e "imorais". Mas é justamente por isso, pelo zelo, que eles contribuem para que o filho faça totalmente o contrário de seus ideais... e dão um tiro no pé. Como diz o ditado: "O inferno está cheio de boas intenções". E ao mencionar os pais, não estou me referindo somente aos religiosos de todo tipo, mas também a qualquer um que tem responsabilidade sobre outro ser humano (ou nem isso), e que queira controlá-lo. Outro dia vi certa pessoa comentar sobre os índices de "desigrejados" evangélicos, contados pelo IBGE. Os dados mostram que ao longo dessa década o número tem saltado e estado crescente. E por experiência empírica, conversando com pessoas e observando o meio evangélico, vejo que grande parte deste meio (sempre há excessões e a minoria) tem uma necessidade muito grande de controlar seus membros. Seja apelando para a "autoridade espiritual" com "base bíblica" ainda, ou com estruturas próprias para isso... usando os próprios membros para controlarem outros membros, gerando uma coerção coletiva. Sem contar que muitas vezes isto ocorre de forma inconsciente, ou seja, grande parte dos líderes evangélicos nâo fazem estas coisas pensando: "vou usar esta base bíblica para mandar nesta pessoa...", não! Muitas vezes é algo imperceptível e disfarçado de "zelo e espiritualidade que o pastor deve ter de suas ovelhas". Mas acaba ocorrendo uma possessividade e relações de autoritarismo e coerção sobre os membros. Ainda mais se não derem o dízimo, pois é uma "cartela do baú da felicidade celestial". Sendo um "ato de fidelidade à Deus" o ato de ser dizimista. Como se Deus precisasse de dinheiro ou coisa do tipo. O princípio da oferta espontânea deveria ser o amor e sinceridade de querer ajudar o próximo, e não o que se tem ensinado com "convictas bases bíblicas" e chantagens emocionais e espirituais. Os que fazem isto conscientemente, são tão iguais quanto os políticos do planalto brasileiro e quanto boa parte dos políticos da bancada evangélica da política brasileira. E tudo isto que eu falei, constitui-se em um tipo de repressão, tanto velada como escancarada. Mas... apesar desta triste realidade, acredito que um pequeno número de evangélicos e um remanescente, cada vez mais crescente, de filhos de evangélicos, (e "desigrejados" também, que estão fora da estrutura convencial, de ser igreja institucional)  estão observando os cultos que frequentam com seus pais... e almejando serem diferentes. É claro, com novas falhas, como todos temos, mas com mais sobriedade e sinceridade no Evangelho. Sendo assim, grande parte do número crescente de desigrejados, ocorre graças a muitos repressores. Que também podem estimular os próprios reprimidos a serem novos repressores à sua forma.  Além disto, digo que o sentimento de controle é algo inerente a todo ser humano, em maior ou menor grau; por isso, como disse Abraham Lincoln: "... se quiser pôr à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder".
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<http://www.historiabrasileira.com/brasil-republica/censura-no-regime-militar/>
Acesso: Dez, 2017. 

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Jesus de Nazaré: A Teologia Encarnada


     
    "Percebem o que isso significa — todos esses pioneiros iluminando o caminho, todos esses veteranos nos encorajando? Significa que o melhor a fazer é continuar. Livres dos acessórios inúteis, comecem a correr — e nunca desistam! Nada de gordura espiritual extra, nada de pecados parasitas. Mantenham os olhos em Jesus, que começou e terminou a corrida de que participamos. Observem como ele fez. Porque ele jamais perdeu o alvo de vista — aquele fim jubiloso com Deus. Ele foi capaz de vencer tudo pelo caminho: a cruz, a vergonha, tudo mesmo. Agora, está lá, num lugar de honra, ao lado de Deus. Quando se sentirem cansados no caminho da fé, lembrem-se da história dele, da longa lista de hostilidade que ele enfrentou. Será como uma injeção de adrenalina na alma!"
Hebreus 12:1-3 - Biblia A Mensagem.

  Hebreus é um livro fascinante. O autor escreve a carta aos hebreus convertidos, provavelmente de Roma. O tempo todo ele faz um paralelo entre a Nova e a Velha Aliança, entre Jesus Cristo e a caducidade de rituais da lei. Pois estas pessoas, por causa da perseguição, estavam retrocedendo para "sombras", rituais sem sentido: seria como comer batata frita sem batata. Antes deste capítulo doze, ele usou os "heróis da fé" como um exemplo de pessoas que andaram com Deus e tiveram relacionamento com Ele. Embora estivessem em um tempo em que estavam debaixo da lei mosaica e da Velha Aliança, eles andavam por fé. A lei era um meio para alcançar alguém: Cristo. O fim da lei era Cristo; e seu propósito era o relacionamento destes "heróis da fé" com Ele. E ao iniciar o capítulo doze, o autor recomenda que nós, os da Nova Aliança, devemos seguir o exemplo dessas pessoas. Que mesmo estando na Velha Aliança e debaixo da lei, não a trataram como um fim em si mesmo, mas sim um meio que apontava para aquele que viria e seria ministro de uma Nova Aliança: Jesus Cristo. Com isto, quero dizer que estamos em vantagem sobre aqueles da Velha Aliança, pois como disse o autor:
"Todos estes receberam bom testemunho por meio da fé; no entanto, nenhum deles recebeu o que havia sido prometido. Deus havia planejado algo melhor para nós, para que conosco fossem eles aperfeiçoados" (Hebreus, 11: 39 e 40 -Nvi).  O autor, também diz para olharmos para Jesus como autor e consumador da fé, ou melhor: o que começou e terminou a corrida. A corrida é uma analogia à vida na fé, ou seja: relacionamento com Deus. Note que ele usou a palavra "Jesus" e não Cristo. Você pode perguntar: "E qual a diferença?" A diferença é o fato de que "Cristo" representa Deus glorificado, fora do corpo humano de Jesus. E Jesus é o Cristo encarnado, o Deus que desceu na terra e passou por todos os estágios de uma vida humana e vivenciou todos os detalhes de ser um ser humano. E por quê? Porque ele veio ser a referência. Pois a lei era incapaz de nos ensinar a viver a Palavra de Deus. As letras escritas em papéis eram inúteis sem o Exemplo Vivo; ou melhor: a Palavra Viva. É como ler um manual de como lutar Muay Thai sem nunca ter visto ninguém lutar. Por isso o autor disse antes: "Por essa razão era necessário que ele se tornasse semelhante a seus irmãos em todos os aspectos, para se tornar sumo sacerdote misericordioso e fiel com relação a Deus, e fazer propiciação pelos pecados do povo. Porque, tendo em vista o que ele mesmo sofreu quando tentado, ele é capaz de socorrer aqueles que também estão sendo tentados"
(Hebreus, 2:17 e 18 -Nvi). Quando passamos por problemas que nos deixam desanimados, humilhações sem merecer, insultos gratuitos e todo tipo de barreiras... devemos lembrar de Jesus como aquele que passou por tudo isso; seria como uma injeção de ânimo. Jesus é a solidariedade em pessoa em relação ao sofrimento. Às vezes, nossa tendência está em nos acomodarmos no relacionamento com Deus e com a existência, tendo nosso próximo como referência primária. E então abraçamos junto os pecados alheios e os maus hábitos: somos seres tendenciosos para as coisas negativas. Sabemos reparar muito mais em erros ao invés de acertos. Somos em nossa natureza, como a gravidade, ou seja, sempre há em nós uma força que nos puxa para baixo. As guerras e catástrofes no mundo sâo uma prova contundente disto. Uma bela definição de pecado é "errar o alvo". O alvo chamado Jesus Cristo. Os "pecados parasitas" muitas vezes são as nossas obsessões em continuar em algo que sabemos que irá nos prejudicar, nos alienar da realidade... e do alvo. Se o mero pecar já significa errar o alvo, continuar na obsessão deste pecado significa mirar no chão. E quem mira no chão, vive sem perspectivas, e às vezes... atira no próprio pé.
#Prosador

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<https://mgvjovem.wordpress.com/2012/08/10/serie-jesus-em-bh/jesus_moderno/>
Acesso: Dez, 2017.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Liberdade: Uma Bendita Maldição!



Liberdade... dádiva ou maldição? Com ela escolhemos o que a vida nos apresenta. Mas a responsabilidade é somente nossa. Somos livres ou presos para escolher? Se a consequência for boa... somos livres; se for ruim, somos presos à "liberdade" de escolha. Liberdade porque nós escolhemos, e maldição e prisão porque a liberdade de certa forma virou uma tirania. Mesmo quando não quisemos escolher... a não escolha já virou uma escolha: a escolha de não escolher. Quando entendemos o peso esmagador da liberdade que nos aflige... ela se torna uma bendita maldição!
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<http://www.redefonte.com/como-ficar-firme-na-liberdade-com-que-jesus-nos-libertou/>
Acesso: Dez, 2017.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Parábola dos Filhos Perdidos (filho pródigo)


   
     

        A parábola do filho pródigo (gastador) é muito famosa e lida. Jesus a conta diante da crítica dos fariseus, que o criticavam de comer e andar com "pecadores". (Sim, eles não se enxergavam, rsrs). Então, em resposta a esta crítica, Jesus conta três parábolas: a da ovelha perdida, da moeda perdida e do filho pródigo. E ao contar, diz que o filho mais novo pediu a herança do pai, enquanto ele estava vivo. Isto era grave para aquela sociedade, poderia soar como abandono e como se o filho desejasse a morte do pai. Era um tremendo insulto. O pai, representando Deus, concede a parte da herança; o filho então parte para uma terra longe do pai e leva uma vida perdulária, gastando tudo e irresponsavelmente. Mas... quem o filho mais novo representa? Além do pecador em geral, distante de Deus e hedonista em seus prazeres, ao meu ver ele representa os gentios da época. Ou seja, os que não eram judeus e não pertenciam ao povo de Israel que continham a revelação específica de Deus. Então, o filho mais novo cai em si, se arrepende, pois lembra que na casa do pai, o menor servo tinha o que comer e dignidade. Ele percebe em sua escassez, que devia ter valorizado o pai e a vida que tinha em sua casa. Então decide voltar como servo e ensaiar seu discurso, afim de receber misericórdia. Ao estar perto de casa, o pai o vê de longe, mostrando que ele estava atento à sua volta e o esperando. O pai não espera o filho cambaleante chegar, mas vai correndo ao seu encontro e o abraça. Para um pai judaico da época, esta era uma desonra. Já não bastasse ser insultado pelo filho que lhe pediu herança, ainda corre atrás dele, perdendo sua pompa. Mas o pai não liga para isso; não liga em ser humilhado para salvar seu filho (simbolizando Jesus crucificado, exposto à humilhação pública, ao meu ver). O filho que queria falar seu discurso foi ignorado e cortado, o pai nem o ouviu direto, mas chamou os servos para, depressa, pegarem a melhor roupa, anel e matarem um gordo novilho; desta forma o pai também era pródigo, pois não economizou no perdão, na graça e na misericórdia com o filho que não merecia.

Mas há agora o motivo pelo qual eu dei o título de "Parábola dos Filhos Perdidos". Ao saber que o irmão mais novo foi recompensado com uma festa ao chegar, o filho mais velho fecha o semblante e nem entra na casa. É necessário sabermos que o filho mais velho representa os judeus e os fariseus de Israel; os que estavam "perto" de Deus, por meio das promessas e revelação específica. "Perto", pois a Bíblia mostra durante todo o Velho Testamento um povo obstinado e longe de Deus, como em Oséias, Isaías, Ezequiel e etc. Então o pai, ao saber do filho mais velho, vai até ele e pergunta o que houve. Então o filho se queixa, dizendo:  "Mas ele respondeu ao seu pai: ‘Olha! todos esses anos tenho trabalhado como um escravo ao teu serviço e nunca desobedeci às tuas ordens. Mas tu nunca me deste nem um cabrito para eu festejar com os meus amigos. Mas quando volta para casa esse teu filho, que esbanjou os teus bens com as prostitutas, matas o novilho gordo para ele!’" (Lucas, 15: 29 e 30 -Nvi). Vemos que o filho enxergava o pai como um carrasco e avarento; se via como um escravo do pai, praticamente. E então o pai responde a ele:  “Disse o pai: ‘Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que tenho é seu. Mas nós tínhamos que celebrar a volta deste seu irmão e alegrar-nos, porque ele estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi achado’” (Lucas, 15: 31 e 32 -Nvi). Ou seja, o filho tinha uma visão errada do pai e estava longe dele, mesmo estando perto. Longe emocionalmente e espiritualmente; enquanto o irmão mais novo estava longe emocionalmente e fisicamente e espiritualmente, mas caiu em si e se lembrou do pai. Estando mais perto do pai àquela distância se comparado com o irmão maos velho que estava perto do pai geograficamente. O filho mais velho teve raiva da misericórdia do pai com seu irmão mais novo, pois achava injusta, afinal ele não se via como alguém que também recebia misericórdia do pai, então, por não se se sentir aceito, não aceitava seu irmão e não queria que o pai aceitasse.

      Assim, o filho mais velho deveria reconhecer a misericórdia do pai por meio do irmão distante e também conhecê-lo mais. Assim como o irmão mais novo deveria seguir o exemplo de seu irmão que estava perto do pai e não o abandonara (pelo menos fisicamente). Desta forma, Jesus advertiu os fariseus, os comparando ao filho mais velho; também mencionou  os "pecadores" e os gentios que ressaltavam a graça e misericórdia de Deus para com os judeus e com todos. Deus era conhecido mais ainda exercendo misericórdia com os "de longe", impactando os "de perto" e assim... salvando a muitos.
#Prosador
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Imagem retirada em:
<https://www.google.com.br/amp/s/m.vagalume.com.br/voz-da-verdade/filho-prodigo.html.amp>
Acesso em: Dez, 2017.

A "Torre de Babel" Contemporânea


     De alguma forma, muitos já ouviram o relato sobre a Torre de Babel na Bíblia. Situado em Gênesis 11, onde o capítulo discorre sobre a atitude divina perante a estratégia humana de almejar construir uma torre que chegasse ao céu; segundo a tradição judaica e Flávio Josefo, isto ocorreu no reinado de Nimrod, onde sua raiva e medo de que a terra fosse destruída novamente pelo dilúvio, o fez desafiar a Deus em sua ordem de que a humanidade se espalhasse pela terra. A grande questão foi que os homens falavam uma só linguagem, havia uma só língua. Desta forma, a facilidade de entendimento e cooperação estava produzindo uma grande torre. Ao confundir suas línguas, Deus os fragmentou e formaram se paulatinamente as civilizações com a disperção deles. Embora hoje falemos diferentes línguas e tenhamos diferentes culturas, há algo novo: a globalização.

A era da tecnologia e da informação é algo totalmente novo, mas também antigo. E por quê? Porque chegamos ao momento onde todos podem falar praticamente uma mesma linguagem universal, uma mesma "língua". A globalização é esta linguagem; isto é bom, pois as fronteiras estão caindo e hoje um mundo todo cabe dentro de um tablet, celular e um computador. As crianças de hoje crescem e constrõem suas estruturas cognitivas e mentais muito mais rápida e dinamicamente se comparado a outra era. As sínteses e a dialética da existência está muito mais acelerada e as ciências caminham a uma interdisciplinaridade e transdisciplinaridade (criação de novas). Mas como tudo, sempre há os excessos e negatividades, coisas boas transformadas em instrumentos de maldade. Assim como a pólvora e o hidrogênio foram usados para que uma bomba explodisse pessoas, a globalização pode ser usada para criar e vencer guerras, sem uma nação sair de seu território. A globalização simboliza os olhos de vigilância em todo mundo; temos serviços secretos de inteligência e satélites na órbita da terra e da lua. O problema da civilização universal mostrada em Gênesis, antes do dilúvio e da Babel, isto é, "confusão" de línguas, foi usar tudo o que possuiam para gerar o caos e se arrogarem da capacidade que possuiam, fazendo de si mesmos, semideuses em conflito um com o outro. Será que hoje não estamos numa situação parecida e construindo "torres de babeis " que podem cair e arruinar a humanidade? Não estou falando meramente de arranha-céus enormes e que são neutros em si mesmos. Mas em torres de "confusão" em meio ao enorme esclarecimento e facilitação das trocas aceleradas de informação, e a queda de barreiras linguísticas.

Se vermos o potencial destrutivo das bombas atômicas, de hidrogênio, armas químicas e etc... veremos que esta torre pode, a qualquer momento, desmoronar. E Deus não será o autor ativo disto, mas os próprios "semideuses-humanos" que usam todo o acervo de bem, para o mau. Como nos dias de Noé, assim está caminhando a geração desta era, como afirmou Jesus de Nazaré, segundo o relato de Mateus. Em meio a progressos, há simultaneamente: retrocessos. E os que dominam máquinas, perdem a sensibilidade humana, tratando outros seres humanos como máquinas. Este é um assunto muito complexo, mas o resumo dessa expansão pode ser representado pela torre Eiffel, onde ocorreu a Revolução Francesa, pautada em ideais liberais que surgiram da fonte humanista. Não estou dizendo que estes eventos são ruins, não! Mas que homem os usou para dar, mais ainda, a ênfase na sua arrogância de se portar como se o universo girasse ao seu redor e como se fosse "a medida de todas as coisas", como propaga o antropocentrismo, advindo do humanismo filosófico da Renascença.
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Imagem em:
<https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Torre_Eiffel>
Acesso: Dez, 2017.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

"O Jesus que é tudo e é nada"



       Ao ler os Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João), que são os registros da vida histórica de Jesus Cristo por meio destes observadores, percebi a diversidade em que eles relatam Jesus. Mateus e Lucas preocupam-se muito com as genealogias e em registrar de forma específica sobre a origem das promessas da vinda de Jesus e seu cumprimento. Talvez porque o público alvo deles eram os judeus, em sua maioria. E se importavam em compreender um Cristo que confirma as profecias da Torá. Já Marcos, possui um relato mais breve e simples, relatando muito mais a vida prática de Jesus e que validava seu ensino e impressionava o povo. Seu público alvo eram os romanos e por isto era um livro pragmático, isto é: direto ao ponto. Mas eu gosto muito mesmo de João; João não estava nem aí para a cronologia dos fatos de Jesus e muito menos para detalhezinhos. João era desapegado ao politicamente correto, preferia mais o lado poético de se apresentar Jesus. Ele inicia falando sobre o Verbo, ou a Palavra (Logos, no grego), que era conhecido pelos gregos como o Deus que fez todo o universo por meio da sua palavra, que desencadeou tudo (e também pelo "deus desconhecido" como registram alguns filósofos na história). Desta forma, João fala ao público grego e erudito, que filosofava e procura a síntese em Jesus: de ser divino e humano ao mesmo tempo. Para os gregos, quanto mais divino era um Deus, mais humano ele seria. O relato sobre Jesus ter chorado diante da morte de Lázaro (Jo 11:35), e sobre o encontro com a mulher samaritana (Jo 4), que era intolerável aos olhos dos homens e ainda mais dos judeus (machistas na sua cultura e odiavam samaritanos); também há relatos sobre a defesa de uma mulher flagrada em adultério, em que os judeus queriam apedrejá-la, mas Jesus os impediu... e uma série de outras coisas.

Todos esses relatos comprovam a natureza irresistível de Jesus para os que precisavam de amor e misericórdia. Mas outra peculiaridade do que João nos conta, choca ainda mais e mostra o lado divino de Jesus. Versos como: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida" (14:6); "Eu sou a ressurreição e a vida" (11:25); "Eu sou a luz do mundo" (8:12) "Eu sou o pão da vida" (8:35); "Eu sou o Messias!" (4:26) e "Se alguém tem sede, venha a mim e beba" (8:37). O que essas afirmações significam? Bem, significam que nada existe de forma abstrata em Jesus, pois ele disse a Tomé quando lhe perguntou o caminho: "Eu sou o caminho...", enquanto Tomé queria uma rota, um mapa, uma direção, Jesus era a personificação dessas coisas.   "Pois nele vivemos, nos movemos e existimos..."
(Atos, 17:28 - Nvi). Esta afirmação feita por Paulo, no Areópago de Atenas, é uma citação do poeta grego Epimênides (600 a.c), em que os gregos definiram este conceito sobre o Deus que criou tudo por meio da sua palavra, e por isso, tudo que existe, existe nEle. Por isso, Jesus não tinha amor, vida, paz, ressurreição e etc. Esses conceitos não são abstratos dele, mas ele é tudo isso; ela era amor paz e etc... exatamente por todos esses conceitos e princípios emanarem dele na criação do universo. Assim, temos um Jesus que é tudo; mas também que é nada. E por quê?  Porque os relatos de Mateus, Marcos, Lucas e João, mostram um Jesus simples; um Jesus do povo. Aquele que é "comilão e beberrão" e que anda com galileus (um dos menos importantes da época e que estavam mais próximos dos gentios). A divindade de Jesus o tornava tão humano que Judas precisou combinar um sinal para os guardas que iriam prendê-lo: um beijo. Pois se os soldados chegassem sem ninguém para identificá-lo, certamente não o reconheceriam. Mas se sentassem na roda e ouvissem Jesus falar, saberiam quem seria ele, pois adentrariam no seu interior profundo e divino-humano. Desta forma, ele é tudo e nada.
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 Imagem retirada em: 
<https://www.google.com.br/search?client=ms-android-samsung&biw=360&bih=337&tbm=isch&sa=1&ei=l5MoWvi8BIihwgSVooX4CA&q=jesus+leão+e+homem&oq=jesus+leão+e+homem&gs_l=mobile-gws-img.3...37541.43685.0.44016.20.9.1.0.0.0.1142.3355.0j1j2j1j1j0j1j1.7.0....0...1c.1j4.64.mobile-gws-img..12.6.2473.3..0j35i39k1j0i67k1.278.ut4fDXWIJXc#imgrc=NzYKOO8kduGlyM:
Acesso: Dezembro, 2017.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Todos (sempre) pecaram




"...pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus..."
(Romanos 3:23- Nvi).

     Que todos conhecem este texto... é evidente. Assim como João 3:16, ele é muito falado. Mas será que todos podem ter uma aplicação dessa realidade na prática? Exemplificar um texto é esclarecedor, então farei isto. Lembrando que "todos", são todos. O pecado e sua natureza não faz distinção; ele não tem preconceito com ninguém: cristão, não cristão, ateu ou religioso; negro, branco, asiático ou indígena; gordo, magro, educado ou mau educado. Mas aí você me diz: "pelo menos sou melhor que aquele mundano e aquele presidiário, eu só minto, mas não estupro ninguém". Ora, o que mente se vangloria daquele que mata alguém, mas quebra confiança de pessoas e as mata, se isolando; o que rouba a alegria do seu próximo com palavras geladas, olha torto para o ladrão que rouba objetos ou assalta um banco; o que ganha dinheiro de forma injusta se martiriza de peso na consciência (se tiver o mínimo senso) e ganha em cima da exploração alheia; o que devora as mulheres com os olhos se orgulha em cima do adúltero que consuma seu ato, mas não percebe que é um açogueiro humano e que fere as mulheres com olhares de estupro; o que se orgulha por ser religioso engana-se no casulo de sua "espiritualidade" e se afasta do contato humano, tornando-se mais diabólico que o satanista que fala com todos; o suicida dá fim a sua existência de forma abrupta, enquanto o glutão e o beberrão a extingue paulatinamente. O empresário avarento sai de sua casa pra ganhar o mundo, mas perde sua família; o canalha bate na mulher que o denuncia. O delegado o beneficia e faz vista grossa à denúncia, cospindo em sua farda e tornando-se igual ao presidiário em sua delegacia. Os bem vestidos do planalto são mais assaltantes que o bandido que assalta um jovem na esquina. A mulher que espalha fofocas gera uma catástrofe entre ex-amigos. O que se gloria na sua inteligência torna-se mais irracional que o cachorro que ganha simpatias de sua família só abanando o rabo. O pastor que usa sua "posição santa" para esbanjar seu "orgulho santo" de repreender suas ovelhas, vira um sócio do diabo na agência de acusações. No final... somos todos pó; já vi moradores de rua ricos e empresários pobres de solidariedade. Já vi crianças mais adultas que velhos insensatos. Já vi o contraditório desta vida decaída e cheia de chocarrices, pois todos pecaram... e pecam todos os dias! Deus olha lá do alto pra tudo isso e diz: "são sujos falando de mau lavados", inclusive eu que escrevo a todos vocês.
#Prosador

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Imagem retirada em:
<http://acordabrasilacordaigreja.blogspot.com.br/2011/12/politico-ladrao-mata-mais-que-bandido.html?m=1>
Acesso: Dez, 2017.