quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

A "Torre de Babel" Contemporânea


     De alguma forma, muitos já ouviram o relato sobre a Torre de Babel na Bíblia. Situado em Gênesis 11, onde o capítulo discorre sobre a atitude divina perante a estratégia humana de almejar construir uma torre que chegasse ao céu; segundo a tradição judaica e Flávio Josefo, isto ocorreu no reinado de Nimrod, onde sua raiva e medo de que a terra fosse destruída novamente pelo dilúvio, o fez desafiar a Deus em sua ordem de que a humanidade se espalhasse pela terra. A grande questão foi que os homens falavam uma só linguagem, havia uma só língua. Desta forma, a facilidade de entendimento e cooperação estava produzindo uma grande torre. Ao confundir suas línguas, Deus os fragmentou e formaram se paulatinamente as civilizações com a disperção deles. Embora hoje falemos diferentes línguas e tenhamos diferentes culturas, há algo novo: a globalização.

A era da tecnologia e da informação é algo totalmente novo, mas também antigo. E por quê? Porque chegamos ao momento onde todos podem falar praticamente uma mesma linguagem universal, uma mesma "língua". A globalização é esta linguagem; isto é bom, pois as fronteiras estão caindo e hoje um mundo todo cabe dentro de um tablet, celular e um computador. As crianças de hoje crescem e constrõem suas estruturas cognitivas e mentais muito mais rápida e dinamicamente se comparado a outra era. As sínteses e a dialética da existência está muito mais acelerada e as ciências caminham a uma interdisciplinaridade e transdisciplinaridade (criação de novas). Mas como tudo, sempre há os excessos e negatividades, coisas boas transformadas em instrumentos de maldade. Assim como a pólvora e o hidrogênio foram usados para que uma bomba explodisse pessoas, a globalização pode ser usada para criar e vencer guerras, sem uma nação sair de seu território. A globalização simboliza os olhos de vigilância em todo mundo; temos serviços secretos de inteligência e satélites na órbita da terra e da lua. O problema da civilização universal mostrada em Gênesis, antes do dilúvio e da Babel, isto é, "confusão" de línguas, foi usar tudo o que possuiam para gerar o caos e se arrogarem da capacidade que possuiam, fazendo de si mesmos, semideuses em conflito um com o outro. Será que hoje não estamos numa situação parecida e construindo "torres de babeis " que podem cair e arruinar a humanidade? Não estou falando meramente de arranha-céus enormes e que são neutros em si mesmos. Mas em torres de "confusão" em meio ao enorme esclarecimento e facilitação das trocas aceleradas de informação, e a queda de barreiras linguísticas.

Se vermos o potencial destrutivo das bombas atômicas, de hidrogênio, armas químicas e etc... veremos que esta torre pode, a qualquer momento, desmoronar. E Deus não será o autor ativo disto, mas os próprios "semideuses-humanos" que usam todo o acervo de bem, para o mau. Como nos dias de Noé, assim está caminhando a geração desta era, como afirmou Jesus de Nazaré, segundo o relato de Mateus. Em meio a progressos, há simultaneamente: retrocessos. E os que dominam máquinas, perdem a sensibilidade humana, tratando outros seres humanos como máquinas. Este é um assunto muito complexo, mas o resumo dessa expansão pode ser representado pela torre Eiffel, onde ocorreu a Revolução Francesa, pautada em ideais liberais que surgiram da fonte humanista. Não estou dizendo que estes eventos são ruins, não! Mas que homem os usou para dar, mais ainda, a ênfase na sua arrogância de se portar como se o universo girasse ao seu redor e como se fosse "a medida de todas as coisas", como propaga o antropocentrismo, advindo do humanismo filosófico da Renascença.
#Prosador

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Imagem em:
<https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Torre_Eiffel>
Acesso: Dez, 2017.

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