Aprender a pensar é essencial; aprender a desaprender para aprender coisas novas... é imprescindível. Em reconstrução permanente!
sexta-feira, 22 de dezembro de 2017
Os Efeitos da Repressão: Um Tiro no Próprio Pé
Os Efeitos da Repressão: Um Tiro no Próprio Pé
"-Um dos comportamentos mais violentos de antigestão e que mais esgotam o planeta emoção é a necessidade neurótica de mudar os outros. Ninguém muda ninguém; temos o poder de piorar os outros, não de mudá-los."" -Cuidado, senhoras e senhores, as técnicas que usamos para tentar mudar os outros geram janelas traumáticas que cristalizam neles tudo que mais detestamos... "-Augusto Cury, "O Homem Mais Inteligente da História", Págs 39 e 40.
Neste fantástico livro do escritor, pensador e psiquiatra Augusto Cury, encontrei a base para minha explanação sobre a repressão como "um tiro no pé". Uso esta expressão justamente porque ela causa um efeito contrário ao indivíduo que quer mudar o outro. Além de causar estresse desnecessário o ato de querer mudar o outro, a nossa tentativa pode gerar o efeito contrário. E como isto ocorre cientificamente? Bem... Augusto Cury explica neste livro que tudo o que vivenciamos, nossa memória registra automaticamente, principalmente os acontecimentos negativos, como traumas e repressões de qualquer natureza. Este fenômeno de armazenamento, chama-se RAM (registro automático da memória). A Psicanálise traz o entendimento de que a repressão tem a tendência de provocar um fenômeno chamado introjeção. Onde o objeto reprimido, provavelmente um comportamento, gera sérias pulsões no indivíduo de realizar seus desejos reprimidos. Com isto, frequentemente ocorrem os extravasamentos, onde o indivíduo pode cometer excessos em sua atitude, antes reprimida. Resumindo de forma prática: se você proibir alguém, aí que ele faz mesmo... e ainda pior. E com isto, estou querendo chamar a atenção, também, aos pais autoritários e conservadores. Muitas vezes, por meio de dados de pesquisas e empiricamente, vejo que os "filhos rebeldes e vida loucas", são os de pais duros e autoritários. Talvez eles tivessem boas intenções ao educar seus filhos e tentando evitar que eles fossem indisciplinados e "imorais". Mas é justamente por isso, pelo zelo, que eles contribuem para que o filho faça totalmente o contrário de seus ideais... e dão um tiro no pé. Como diz o ditado: "O inferno está cheio de boas intenções". E ao mencionar os pais, não estou me referindo somente aos religiosos de todo tipo, mas também a qualquer um que tem responsabilidade sobre outro ser humano (ou nem isso), e que queira controlá-lo. Outro dia vi certa pessoa comentar sobre os índices de "desigrejados" evangélicos, contados pelo IBGE. Os dados mostram que ao longo dessa década o número tem saltado e estado crescente. E por experiência empírica, conversando com pessoas e observando o meio evangélico, vejo que grande parte deste meio (sempre há excessões e a minoria) tem uma necessidade muito grande de controlar seus membros. Seja apelando para a "autoridade espiritual" com "base bíblica" ainda, ou com estruturas próprias para isso... usando os próprios membros para controlarem outros membros, gerando uma coerção coletiva. Sem contar que muitas vezes isto ocorre de forma inconsciente, ou seja, grande parte dos líderes evangélicos nâo fazem estas coisas pensando: "vou usar esta base bíblica para mandar nesta pessoa...", não! Muitas vezes é algo imperceptível e disfarçado de "zelo e espiritualidade que o pastor deve ter de suas ovelhas". Mas acaba ocorrendo uma possessividade e relações de autoritarismo e coerção sobre os membros. Ainda mais se não derem o dízimo, pois é uma "cartela do baú da felicidade celestial". Sendo um "ato de fidelidade à Deus" o ato de ser dizimista. Como se Deus precisasse de dinheiro ou coisa do tipo. O princípio da oferta espontânea deveria ser o amor e sinceridade de querer ajudar o próximo, e não o que se tem ensinado com "convictas bases bíblicas" e chantagens emocionais e espirituais. Os que fazem isto conscientemente, são tão iguais quanto os políticos do planalto brasileiro e quanto boa parte dos políticos da bancada evangélica da política brasileira. E tudo isto que eu falei, constitui-se em um tipo de repressão, tanto velada como escancarada. Mas... apesar desta triste realidade, acredito que um pequeno número de evangélicos e um remanescente, cada vez mais crescente, de filhos de evangélicos, (e "desigrejados" também, que estão fora da estrutura convencial, de ser igreja institucional) estão observando os cultos que frequentam com seus pais... e almejando serem diferentes. É claro, com novas falhas, como todos temos, mas com mais sobriedade e sinceridade no Evangelho. Sendo assim, grande parte do número crescente de desigrejados, ocorre graças a muitos repressores. Que também podem estimular os próprios reprimidos a serem novos repressores à sua forma. Além disto, digo que o sentimento de controle é algo inerente a todo ser humano, em maior ou menor grau; por isso, como disse Abraham Lincoln: "... se quiser pôr à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder".
#Prosador
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Imagem em:
<http://www.historiabrasileira.com/brasil-republica/censura-no-regime-militar/>
Acesso: Dez, 2017.
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