Aprender a pensar é essencial; aprender a desaprender para aprender coisas novas... é imprescindível. Em reconstrução permanente!
segunda-feira, 29 de outubro de 2018
Sapiens: Uma breve história ds humanidade.
Há milhares de anos atrás, os descendentes deste Israelense (hebreus) chamado Yuval Noah Harari, decidiram escrever um livro chamado Gênesis (adaptado da mitologia babilônica, diga-se de passagem.) Eles expressaram a sua verdade por forma mítica (transmitida por linguagem figurativa e arquetípica; ver Gênesis 1 ao 11). Mas, já no século XXI, após a revolução científica, Harari, apoiado por todos os conhecimentos da existência acumulados pela humanidade, resolve escrever o mesmo pressuposto: de onde viemos e de onde tudo surgiu? Porém, desta vez, com uma linguagem literal e científica. Sim! A humanidade cresceu e saiu de seu jardim de infância e agora usa uma linguagem diferente da antiguidade. Este livro é muito bom e para qualquer leitor: do mais acadêmico ao mais popular e simples.
Disponível em: <http://lelivros.love/book/baixar-livro-sapiens-uma-breve-historia-da-humanidade-yuval-noah-harari-em-pdf-epub-e-mobi-ou-ler-online/>
Acesso: 30/10/2018.
#Prosador
domingo, 28 de outubro de 2018
O Edifício Epistêmico de 500 portas da rua da Escuridão
Era meia noite; eu estava na encruzilhada entre a avenida Superficialidade com a rua da Escuridão. A avenida Superficialidade era muito iluminada, barulhenta, movimentada e cheia de casas de tijolos opacos e grandes prédios luminosos e ladrilhados. A rua da Escuridão estava em breu total! As luzes estavam queimadas e somente havia um fino feixe de luz bem longínquo. Quase imperceptível para os olhos atarefados e fatigados de quem corre frenéticamente entre a rotina de suas casas e o trabalho.
A verdade era que o silêncio e a escuridão daquela rua me incomodavam; me apercebi desta discreta luz, juntamente com sons de flautas doces e de águas correntes de riachos. Sons muito baixos perto dos barulhos de buzinas e de carros da avenida. Então segui estes sinais e ultrapassei uma mureta divisória do beco que daria nesta rua. Eu segui o feixe de luz obstinadamente; ele estava muito longe. E quanto mais eu adentrava esta rua, mais imbricações e desdobramentos ela apresentava. Se multiplicava em sub-ruas; os sons de flautas estavam por várias direções juntamente com o som de várias águas. Segui a luz até o final principal da rua e ela provinha de uma vala, coberta de folhas caídas de uma árvore. Escorei-me nela e desci suas escadas, caminhando até chegar ao subsolo; ele possuía uma estreita rua de barro. Ao seguir até o final desta rua subterrânea, me deparei com um enorme edifício antigo e cheio de plantas crescendo ao seu derredor, coberto de teias de aranha.
Adentrei sua pequena porta principal e a cada andar que eu adentrava, subindo as antigas escadarias, existiam mais portas. Portas e mais portas.... que vinham antes de portas e mais portas... como uma infinita dízima periódica insistente. Depois de curtas investigadas pelos nove primeiro andares, decidi explorar o décimo andar, em outra porta. Segui uma trilha de portas, entrando e saindo de várias como em um labirinto. E muitas vezes me encontrava com alguns seres lá dentro, estranhos para a atual época; alguns eram humanos... outros nem tanto. Neste edifício, as portas e sub-portas não acabavam nunca e os corredores possuíam diferentes decorações e formatos. Até que a partir da trigésima segunda porta haviam orquestras que cantavam em diferentes idiomas e de formas desritmadas; o violão estava em dissonância do baixo, juntamente em desafinação com o trompete e atabaques. Então sai e entrei por outro corredor com outra orquestra e miríades de outros ritmos menos estridentes, porém de igual desritmia. Mas isto me gerava certo fascínio; os ritmos me fizeram pensar; really makes me wonder!
Depois disto, eu tentava sair daquele andar e entrar em outros; mas os fenômenos se repetiam e quanto mais eu tentava escutar os ritmos e sinfonias... mais não entendia as intenções dos seres lá reunidos e o que lá falavam, me embasbacando ainda mais com o mistério ininteligível. Em outros andares apresentavam-se estilos nunca antes vistos, e outros possuiam peças em que os animais eram os personagens: com uma sinfonia de relinches, latidos, grunidos e miados. Na plateia estavam grilos e besouros, juntamente com bebês balbuciando e aplaudindo. Uma mulher branca sem camisa e sutiã, com seus cabelos soltos e peitos de fora, estava bem ao fundo do auditório, com uma bandeira da Revolução Francesa numa mão; e lendo Simone de Beauvoir em outra; numa oscilação entre êxtases de alegria e explosões de raiva. Um homem caucasiano e sem sombra, atrás dela, estava sentado mais ao fundo, ora fumava seu charuto e olhava-a fixamente, deduzindo planos para tirar dela a bandeira e queimar o livro.
Enquanto isto, no outro lado do auditório, eu vi um primata de grande porte ao lado do homo hábilis, travando uma luta contra o homo erectus que fazia parceria com o homo neanderthalenses, enquanto um homo sapiens sapiens comia pipoca e assistia ao conflito. De outro lado haviam cenas em holograma de caravelas navegando por mares, com diversas bandeiras de conhecidas nações; índios antropofágicos comendo torturadores da inquisição, enquanto militares lutavam contra guerrilheiros. Em outro holograma, Hitler e Mussolini conversavam exaltadamente em cima de um tanque que estava, em sua metade, coberto de sangue; sangue de judeus, negros e homossexuais. Eles pararam para saudarem com urras e vivas a explosão de Hiroshima e Nagasaki. Trump e Bolsonaro, observando estas cenas... se esmurravam em um canto da sala, mas se admiravam depois de cansados, enquanto comunistas faziam um coral, dizendo: "Fascistas!". Então Hitler e Mussolini, daquele mundo virtual, gargalhavam com o absurdo. Mas Getúlio era o juiz da luta livre entre o Coiso e o Coiso estadunidense. Mais aue de repente... Stalin e Lênin invadiram a sala e, munidos de metralhadoras Ak-47, matavam o coral de comunistas, se aliando a Hitler e Mussolini, fazendo Bolsonaro de engraxate de seus sapatos sangrentos.
Eu estava perplexo com o que enxergava, mas chocado porque não tinha visão de nada (compreensão). Os bebês pareciam felizes na plateia, juntamente com os animais no palco que apresentavam o espetáculo, em meio às lutas travadas entre estas personagens e entre as imagens de hologramas. Então fui para o último andar do edifício de 500 portas e presenciei o que mais me perplexificou: eu mesmo! Eu estava com um rosto pálido e uma expressão taciturna, refinada por lágrimas que gotejavam no canto esquerdo e rosto transpirando. Minha cabeça estava enorme e eu estava desorientado falando em códigos de uma estranha língua, sem parar!
Então perguntei a mim mesmo quem eu era; notei que depois da pergunta, me senti com deveras sede! Minha boca estava ressecada igual a do meu alterego em minha frente. Notei então que ele era eu; e eu era ele. Mas no vácuo da sala não havia nada... a não ser um espelho! Então corri desesperado pelos corredores entrando e saindo de portas em busca de água... mas só as ouvia emanarem atrás da parede do edifício que dava para o Oeste. Até que ao chegar ao térreo, e acompanhando a direção do discreto som de águas e de flautas, pude ver de relance do lado de um sofá do esdrúxulo hall de entrada, uma portinhola de madeira de 90 centímetros.
Adentrei-a e avistei uma saída para a parte Oeste do edifício, nunca vista antes. Percorri o caminho barroso dessa portinhola que deu para um local fora da planta do edifício, composto de um riacho ao final, contendo uma fonte jamais vista por mim. Então matei minha sede torturante com uma água indescritível, diferente das demais e que matou minha sede; diferente das outras águas. Esta água estancou minha dor de cabeça; então retornei ao andar bizarro e ao abrir a porta do Grande Espetáculo... nada tinha lá. Mas o palco estava no lugar, com vestígios de roupas e pêlos dos animais, juntamente com a chupeta de alguns bebês. "Processos inconscientes resolvidos!" Reverberou a voz da certeza dentro de mim; e de relance eu vi, pela fresta das cortinas fechadas do palco de teatro, Freud e Jung discutindo aspectos da Psicanálise e também sobre meus processos inconscientes resolvidos naquela sala após a água da fonte. Então fechei a porta e corri dali. E durante a tragetória de volta à rua da Escuridão... senti imensa tristeza! Os sons de buzinas de carros eram o sinal do fim daquela rua misteriosa e o começo da rotineira avenida chata. A água no mundo cotidiano era amarga perto daquela outra água da rua da Escuridão; e não matava a minha sede específica. As sinfonias do mundo cotidiano eram muito organizadas e entediantes; mas a do edifício da rua da Escuridão... algo surreal e encantador.
Cheguei à conclusão de que poucos, se comparados com os que ficam na avenida, acessam esta rua e desvendam a arte de explorar as portas e portinholas daquele edifício; seu nome se chama "Edifício Epistêmico" e suas quinhentas portas em doze andares e demais portinholas no hall de entrada, são somente o sumário de um grande livro enciclopédico existencial, em que o índice se chama: "Haja Luz...". Dizem que os que voltam daquela rua, sempre voltam diferentes do estado que eram. São internados em hospícios e diagnosticados como loucos. Nada é feito para interditar esta rua, pois os que tentam... são tragados pela curiosidade de adentrá-la e explorá-la ao último centímetro quadrado. Dos que entram nela... uma parcela não volta; outros voltam tardiamente e cheios de mais loucuras: balbuciam e falam detalhes de coisas nunca antes ditas. Inclusive os idiomas falados naquele edifício. O que seria este edifício? Somente os que entraram nesta rua sabem; e depois de saberem... ninguém os entende, ou não quer entendê-los.
Edgar Allan Poe analisou a sensatez do povo da avenida da Superficialidade e considerou que amava a loucura da rua da Escuridão; dizendo que quando um louco parece totalmente são... é a hora de lhe colocar numa camisa de força novamente. Einstein praticamente morou e morreu lá; Niezstche explorou seus amplos recônditos; Sartre passou por algumas portinholas, juntamente com Ernest Becker. Sócrates/Platão e Aristóteles, guiados por Hermes Trimegisto, acharam passagens secretas para outros mundos (metafísicos) e exploraram muito bem alguns andares. Fernando Pessoa seguiu seus rastros, compondo lindos poemas. Agostinho explorou o saguão e o último andar, falando sobre duas cidades, após suas explorações. Darwin observou atentamente a briga daqueles hominídeos no auditório teatral, conversou com o homo sapiens sapiens que comia pipoca, assistiu a peça de relinches, latidos, grunidos, etc... e colecionou besouros e grilos de lá. Freud conversou com os bebês que assistiam, entusiasmados, o espetáculo dos animais no palco e Jung fazia anotações como seu estagiário e futuro rebelde. Os descobridores do mundo quântico acessaram o porão e ainda vasculham coisas lá; e assim sobrevivem outros mais no edifício.
É dito que este edifício é como um oceano em Júpiter, deveras infindável para qualquer indivíduo que é lançado sobre ele. Lançado com ancoras nos pés que o puxam infinitamente para baixo, tentando encontrar o chão oceânico mas nunca encontrando.
#Prosador.
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quarta-feira, 24 de outubro de 2018
Uma Prosa sobre oTempo
Carrasco, mesquinho, aterrorizante e turturante. Representado por ponteiros numa sinfonia de onomatopéias que emanam o "tic" "tac" que nos desestabiliza. Desde o momento que saimos de um útero já estamos morrendo em uma constante decadência até a velhice, pois nos sujetamos a agência dele; a morte é um constante e contínuum processo, a menos que venha repentinamente por um acidente, quando ele se cansa e ceifa nossa vida! Quem é ele, de quem eu falo? "Ah, o tempo... o tempo não pára", como disse o ilustre poeta, derrotado pela grave Aids: Cazuza. É ele: o tempo! Quem testa duramente nossas palavras jogadas ao ar. Que aponta nossa piscina (da alma) cheia de ratos; nossas ideias que não correspondem aos fatos! Ele inferniza-nos quando prolonga nosso sofrimento e quando encurta nossos êxtases e irrompimentos de alegria. O tempo é imprevisível, ultrapassa o mero status de cronômetro e significado em datas de um calendário. "Tempo" significa evolução, mas também decadência; experiência, mas também infantilidade. Acúmulo de conhecimentos, mas também de burrices da arrogância. Uma coleção de alegrias e urras de felicidade; mas também a vinda do câncer em decorrência do lamaçal de emoções lúgubres e pesadas, cheias de amargura. O tempo é relativo quando nossas escolhas definem quem somos. O tempo... é somente um reflexo e uma consequência das nossas escolhas a curto, médio e longo prazo.
#Prosador
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sexta-feira, 19 de outubro de 2018
Tributo a Bruce Lee: Alma, Mente e Corpo!
"Você ainda se enxerga como chinês ou norte americano?" - Perguntou certo entrevistador norte americano (de espírito mesquinho, talvez) ao Bruce Lee.
E ele responde, quebrando o espírito separatista e nacionalista por de trás da pergunta:
"Sabe como quero me ver? Como um ser humano!". E continuou o mestre Lee: "Porque, sabe? Não quero soar como o Confúcio, mas debaixo do céu apenas existe uma família; é apenas causalidade que as pessoas sejam diferentes."
Deixando-me estapafúrdio com esta resposta, Brucee Lee resumiu meu pensamento. Somos como uma grande família: humanidade e não humanidades. O nacionalismo, as rivalidades políticas e econômicas, sociais e religiosas... trazem um espírito ariano e hitlerista na humanidade. Cristãos condenam pagãos e muçulmanos; muçulmanos discriminam os que são "infiéis" a Alá; católicos não se dão bem com protestantes; brasileiros são rivais de argentinos; o branco descrimina o negro que acumula raiva do branco; o norte americano olha com repúdio para o mexicano e o mexicano dá gargalhadas do venezuelano; o bolsonarista mata a facadas um petista haddadiano, e outro petista generaliza e chama todos de fascistas, etc e coisa e tal... e tal coisa. Mas somos todos filhos da existência de um mesmo DNA e características que nos tornam todos humanos. Todos filhos de Deus; chame-o de Alá, Javé, El Elyon, Viracocca, Odin, Pudim... não importa. Nossas diferenças não deviam ser motivo para nos desunir, mas para nos aperfeiçoarmos com toda diversidade. Nossas semelhanças deveriam ser um grande superbonder que nos une; mas para os que vivem como protagonistas e ainda não passaram para o lado de lá... isto soa como loucura. Ah, humanos!
#Prosador
Link desse diálogo:
https://youtu.be/vPLqYQUJAMM
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quinta-feira, 18 de outubro de 2018
Política: Arte da Sabotagem
No Brasil, com todas estas propagandas e últimas notícias sobre a cumplicidade de empresários para divulgar notícias falsas contra o PT e para favorecer Jair Bolsonaro, percebemos que o Brasil sempre inovou o conceito de política. Antes, o conceito de política que era a arte de governar, gerir o poder, gerir os problemas e garantir a segurança e demais direitos da população... foi transformado pelo Brasil na arte de sabotagem; desde os tempos do Império, quando D. Pedro I aderiu à "democracia", acrescentando aos poderes executivo, legislativo e judiciário, o poder moderador. Que significava a grosso modo sua arbitrariedade para anular propostas dos demais poderes caso não concordasse. No Brasil República a mesma coisa; através dos votos de cabresto, coligações entre os coronéis e os políticos para arrecadar muitos votos (coronelismo), fraudes no resultado da votação, voto aberto e coercitivo... e outras coisas da mesma extirpe. A lava Jato entrou em cena para mostrar que grande parte destes costumes e deste jeitinho brasileiro foderoso de ser... continua arraigado em nós e no Planalto. Desta forma, nos comerciais e debates, o que mais ocorre é o ataque ao adversário ao invés de maior ênfase nas propostas do próprio político. Esta é a arte da sabotagem no Brasil... muito mais do que em outros lugares.
#Prosador
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terça-feira, 16 de outubro de 2018
A evolução da humanidade: do mítico ao literal cientificismo
Quando a humanidade estava no seu jardim de infância, Deus se encarregou de ajudá-la a entender suas origens. As mitologias cosmogônicas, ou seja, da criação do mundo, foram produzidas. Inclusive o gênesis, sendo uma mitologia adaptada da mitologia babilônica. O mito é uma verdade expressa por uma linguagem figurativa, e não uma mentira. Mas quando a humanidade saiu do seu jardim de infância e se tornou adolescente, já nos séculos XVII XVIII e XIX, (revoluções científicas), Deus a viu sair do mundo das fantasias e dar um vislumbre na literalidade e nos mistérios do Universo. Então Darwin tomou a palavra no grande palco da existência, e traduziu as fantasias para uma linguagem capaz de fazer abstrações e de raciocinar complexamente. Darwin explicou o surgimento do homem através da evolução. É bem verdade que Aristóteles e outros indivíduos já haviam pensado nisto; mas Darwin foi grande maestro em explicitar tudo o que os antigos deduziam. Então Deus sorriu e se alegrou quando a humanidade conseguiu caminhar com as próprias pernas. Mas ela ainda é adolescente, entre os seus 15 e 16 anos de idade... quase nos 17. Com muitas birras de adolescente, é claro; mas um dia ela aprende. Ela deu um grande passo ao descobrir o mundo quântico e formular suas teorias físicas, espaciais e a teoria da relatividade. Einstein e outros tiveram grande papel nisto; Deus também se alegrou disto e deu urras e vivas para ela. Pois finalmente... estão contemplando os resultados do seu grande BOOM há bilhões de anos atrás, que originou tudo. Os gregos sabiam disto e disseram: "Pois nele vivemos, nos movemos e existimos". Mas ele não existe, pois ele está acima da existência; ELE É, apenas. "Ele é" é o status permanente da divindade chamada por uns de Alá, outros de Yaweh, Viracocha, Deus, etc.
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segunda-feira, 8 de outubro de 2018
A Morte de Deus
A Morte de Deus
Quando disse Nietzsche que "Deus está morto", certamente ele estava certo. O fato de muitos contestarem com furor esta ideia e até terem lançado o filme "Deus não está morto" é fruto de uma má interpretação. Para Nietzsche, o deus do cristianismo estava morto, logo a sua frase: "Deus está morto!" Mas por que estou falando disso? Porque Deus tem morrido todos os dias para muitos e morreu para mim. O mesmo Deus de Nietzsche; Deus morreu para mim quando eu percebi que ele era um ídolo; quando descobri que as pessoas não vão para o inferno porque não aderiram a confissão cristã de Jesus como Senhor e Salvador. Morreu quando entendi que o inferno não é como idealiza a religião cristã de constantino que sobrevive até hoje. Morreu quando parei de ver a bíblia como um livro sagrado, infalível e literal em todos os sentidos (Gn 1ao 3 por exemplo). Na verdade, abomino esse Deus cristão; ele é egocêntrico, interventor de tudo, bipolar: pois um dia é amor e graça e outro ira e "justiça". Joga pecadores no inferno eterno porque nunca ouviram sobre Jesus ou rejeitaram o Jesus desfigurado da religião. De certo ele morreu quando percebi que toda essa doutrina sufocante é um fenômeno histórico, sociológico, psicopatológico e filosoficamente burro. Com todo o aparato histórico, pude ver a bíblia como ela é: falha, limitada, imperfeita, presa aos condicionamentos da cultura judaica machista e repressora. Mas para isso tive que me desprender do mito da verdade absoluta, do "não poder questionar" e do campo das doutrinas e dogmas que cegam e brutalizam um fiel. Não significa que a bíblia não seja importante e rica em conteúdos, etc... e nem que não seja um registro da experiência dos judeus com Deus; mas que ela é produto da imperfeição humana e por isso mesmo... inabsoluta e questionável em seus pontos. Não me refiro aos trechos das falas de Jesus Cristo e seus mandamentos (os considero universais e transcendentes de qualquer cultura) mas às outras coisas que não posso especificar agora por não ser o objetivo.
Existem, assim, primariamente dois deuses cristãos (tirando o pastor que reina em seu púlpito) que são: a bíblia, e depois o deus cristão, reflexo da leitura cristã da bíblia. Ambos... morreram para muitos. Para alguns o verdadeiro Deus também, associado a esses deuses; infelizmente. Para outros... somente estes deuses cristãos, pois souberam separar maduramente a desfiguração da Realidade.
Mas quem é Deus então? Não sei; sei quem ele não é. Afinal, é muita pretensão saber definir Deus (aquele que não existe, pois está além da existência, pois a gerou e não vive dentro dela) e eu vou até esta definição, disto eu não passo. Mas existem outras definições sobre o Deus Indefinível: a islâmica, espírita, umbanda, ocultista, judaica, grega, indígenas e outras que estão cobertas e incobertas. Todas ou quase todas se arrogam absolutas e únicas em sua visão sobre Deus; trágico! E sendo assim, eu encerro dizendo: "Só sei que nada sei;" no espírito socrático que reconheceu seu estado verdadeiro na existência.
#Prosador
terça-feira, 2 de outubro de 2018
"Afinal, a História serve para alguma coisa?"
Atenção: este texto contém spoilers
histórico-acadêmicos.
Estou terminando minha graduação em História e percebi a enorme utilidade dela em minha vida. Meu tema do Tcc (trabalho de conclusão de curso) irá discorrer acerca das intenções da elite abolicionista em Santos. Irei resumir e dar um "spoiler" do que irei falar na data da apresentação.
Santos era uma cidade conhecida como "Canaã Santista" porque costumava acolher e "sequestrar" (pelos caifazes) os escravos fugidos das fazendas de café de São Paulo. A década de 1880 era uma década de muitas revoltas de escravizados e resistência. Eles já sabiam, assim como todos, que era uma questão de tempo para o fim da escravidão. A elite santista montava uma fachada de humanitarismo ao acolher os escravizados e passava uma imagem de boa e legal, mas na verdade os abolicionistas exploravam os ex-escravos que chegavam em Santos almejando a liberdade. A elite criou um quilombo, chamado Jabaquara, localizado longe do centro da cidade (para impedir a mistura e convivência entre negros e brancos). Ali, os negros eram amontoados naquele quilombo sob a liderança de um negro (e ex-escravo) a favor da elite: Quintino de Lacerda. Os negros eram dependentes da elite, pois ela libertou o negro para ele trabalhar em troca de baixos salários. Como era uma cidade moderna e portuária (mas com grandes surtos de febre amarela), Santos precisava de trabalhadores para operarem funções ligadas ao seu porto. Os trabalhadores santistas livres costumavam fazer muitas greves e exigiam seus direitos, por isto o negro fugido das fazendas era a melhor opção de exploração, pois era acolhido e feito dependente desta elite.
O que esta história nos ensina? Que em primeiro: não existe humanitarismo gratuito e sem interesses, praticados por uma elite ou alguém(ou se existem, são casos isolados). Segundo: é atual esse discurso político em que um candidato diz ser a favor do povo, mas está pouco se f#$3n&@ (fodendo) para ele, e ainda o manipula com discursos de que as coisas vão melhorar se o elegerem, como foi o caso de Quintino de Lacerda, ex-escravo que foi colocado para "liderar" (ou seja, controlar e acalmar) os ânimos revolucionários dos ex-escravos. Os curiosos de plantão estão convidados para verem minha apresentação de Tcc no fim de novembro (chamem no privado) e caso queiram saber mais sobre o tema, podem me perguntar; só chamarem no privado .
Ass: Gabriel Meiller (facebook) (#prosador).
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