segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Reflexões sobre a gênese, aquele "antes de tudo"

 



"Deus só pode existir pela lógica" pensam aqueles que não conseguem entender o que é o "nada". O que é o nada? Conseguimos compreender o que é o nada? Ele tem uma incompreensão e confusão com o vácuo; o vácuo, rotulado de nada, tem coisas em si. Aqueles que imaginam o universo surgindo do nada deste vácuo, pensam que é impossível surgir algo. Mas não estamos falando deste "nada" do vácuo. Logo, o nada é uma abstração da mente e ele não existe. O verdadeiro nada é inconcebível e incompreensível. O que havia então no lugar desse nada? Algo que sempre existiu, que foi além do tempo/espaço. E muitos reportam esse "algo" a Deus, um ser criador, certo? E por que gostam de pensar assim os nossos amigos filósofos de escola dominical? Porque o pressuposto por trás desse pensamento é este: "Só algo dotado de consciência pode gerar outras coisas!" 


Oras, que grande loucura! Por que algo desprovido de consciência não pode ter gerado tudo? Lembrem-se que a consciência é um atributo humano e dos demais seres vivos. A consciência surgiu muito tempo depois dos surgimentos primitivos; ela não estava em explosões e confrontos de astros; não estava na expansão da matéria.  Entretanto, nossos filósofos dominicais cometem um erro crasso de deslocamento histórico temporal da consciência para antes de tudo. Não parece isso um senso a-histórico? O nome disso é pensamento mágico! Não é da ordem da filosofia que enxerga o mundo como ordenado e gradual na cosmologia, mas é um pensamento irracional. 


O pensamento mágico, portanto, precisa de uma consciência anterior ao nada porque é um pensamento repleto de projeções humanas e conscienciosas tentando compreender algo anterior à consciência. Então conceberam deus à vossa imagem e semelhança e se tornaram os juízes dotados de pensamento mágico. Esses juízes são como calouros que almejam julgar os professores e diretores de um curso de ensino superior. O critério tem como base a mágica e não um apanhado teórico. Pois bem, assim também têm feito os dominicalistas baseados na Bíblia.  Há uma enorme e irreconciliável diferença epistemológica aqui, em um grupo sob o nome de ateus: Freud e Nietzsche. Mas isso não desanima os dominicalistas a usarem o pensamento mágico, que concebe a consciência (divina) antes do nada para julgar como irracional postulações filosóficas e evolucionistas. Encerro com esta síntese: Deus: sinônimo de mágica; mágica: sinônimo de engano!

-Gabriel Meiller

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